O sotaque é de quem mora em Ipanema. O time do coração é o Botafogo. O ídolo é Garrincha. O pai trabalhava para a Petrobras. A cidade natal é o Rio de Janeiro. O sobrenome é austríaco. Mas a camisa que o volante Benny Feilhaber pode usar na Copa do Mundo é a dos Estados Unidos.
O jogador, que se destacou no último Mundial Sub-20, se transferiu para o Hamburgo/ALE após a disputa do torneio na Holanda. Suas chances de ir à Copa são pequenas, mas aumentaram depois das convocações do técnico Bruce Arena para os amistosos com Escócia e Alemanha. O carioca, que não entrou em campo ainda pela seleção principal, tenta não se preocupar muito com o Mundial.
– Acho que para essa Copa será difícil eu ser convocado. Estou em uma lista de 50 jogadores, mas o técnico vai ter que cortar mais da metade. Tenho mais chance de ir em 2010 – diz o jogador.
Enquanto a maioria dos outros brasileiros com chances de ir ao Mundial por outros países pediu a dupla nacionalidade por causa do futebol, Benny tem uma história diferente. O jogador, que está na equipe B do Hamburgo, foi morar nos EUA com seis anos de idade, já que seu pai, Alberto, fora transferido para o país.
Como Alberto tinha residência e emprego fixos na Califórnia,
a família ganhou o “green card” (visto permanente de imigração) há oito anos. Já com o visto, pouco depois conseguiram a cidadania americana.
Aos 21 anos, Benny ainda guarda características bem cariocas: é torcedor fanático do Botafogo e não perdeu o sotaque carregado nos erres.
– Não mudei o jeito de falar pois sempre conversei em português com os meus pais, só falava inglês fora de casa. Já o Botafogo eu continuo acompanhando pela internet, vibrei muito com o título estadual. Agora, o time já venceu a primeira no Brasileirão (1 a 0 sobre o Fortaleza) e foi um alívio! – diz o atleta.
Benny começou jogando futebol de salão no Rio. Ao ir para os EUA, passou a atuar no campo, em escolinhas. Seguindo o caminho dos atletas americanos, também jogou por sua escola no segundo grau. O passo seguinte foi defender o time da UCLA (Universidade da Califórnia, em Los Angeles).
Fonte: Globo.com
