Mais de 600 pessoas morreram na epidemia de cólera que atinge Angola desde janeiro e que já afeta seis das 18 províncias do país, confirmou nesta quinta-feira (20) o ministro da Saúde Pública angolano, Sebastião Veloso.
Cerca de 12 mil pessoas nas províncias de Luanda, Bengo, Kuanza Norte, Benguela, Malanje e Huambo contraíram a doença, segundo Veloso, que especificou que as autoridades angolanas estão intensificando as medidas necessárias para conter o surto epidêmico.
“O Governo está intensificando as tarefas de educação sanitária, assim como a distribuição de remédios e o saneamento básico”, disse Veloso, que descartou, por enquanto, a necessidade de pedir ajuda internacional porque, segundo afirmou, “há recursos humanos e remédios para combater a epidemia”.
Na quarta-feira, o representante em Angola da Organização Mundial da Saúde (OMS), Fatoumata Diallo, se reuniu com o primeiro-ministro do país, Fernando da Piedade Dias dos Santos, a quem garantiu o apoio da organização às autoridades médicas locais.
“Contamos com sete toneladas de remédios, equipamentos e material para combater a doença, além de dois especialistas que acompanham a evolução da epidemia”, ressaltou o representante da OMS.
Uma delegação de alta categoria do ministério da Saúde Pública viajou hoje para província de Malanje, no norte do país, onde o número de contagiados chega a 446, dos quais oito morreram.
Segundo os últimos dados, nas províncias de Bengo, Hambo e Luanda houve uma redução da incidência do cólera, mas as autoridades sanitárias continuam em estado de alerta e acompanham de perto o desenvolvimento do surto epidêmico.
Os surtos de cólera são mais difíceis de conter nas localidades que não contam com redes municipais de distribuição de água potável e onde os moradores usam poços artesianos contaminados pelo esgoto, que transborda por causa das chuvas.
O cólera, que aparece durante a temporada de chuvas (de setembro a abril) no sul da África meridional, é uma doença que causa diarréia aguda, provocada por uma infecção intestinal pela bactéria “vibrio cholerae”.
Quando é tratada a tempo com antibióticos, a infecção é contida sem maiores dificuldades, mas em casos em que o doente está enfraquecido por outras condições, como desnutrição ou aids, o cólera é, geralmente, fatal.
Os doentes apresentam um quadro de graves diarréias aquosas, vômitos e cãibras nas pernas. Sem um tratamento adequado, o doente perde rapidamente seus fluidos corporais e sua morte ocorre em questão de horas por causa do choque provocado pela desidratação.
O cólera se prolifera em localidades com muitas casas nas margens dos rios, onde a higiene é precária e há um sistema de coleta de resíduos deficiente, como é o caso das principais cidades angolanas.
Luanda, a capital, cujo sistema de saneamento básico é péssimo, conta com uma população de quatro milhões de habitantes, sendo que 70% deles vivem em condições precárias em favelas.
EFE
Surto de cólera mata 600 pessoas em Angola
Em algumas províncias houve uma redução da incidência do cólera, mas as autoridades sanitárias continuam em estado de alerta e acompanham de perto o desenvolvim
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