Um novo Nando Reis está na praça. O disco Sim e Não, sexto da carreira solo do artista, chega ao mercado e mostra peculiaridades. O ex-Titãs está, por exemplo, cantando melhor. E lapida cada vez mais suas melodias.
“Sou um eterno buscador de melodias e muito cuidadoso nesse aspecto”, diz Nando. “Sou tão maníaco que às vezes componho e fico com a impressão de que algo já existia. Como se fosse um plágio”, segue.
Esse tipo de busca rendeu, no caso específico de Sim e Não, algumas boas histórias. A primeira canção do álbum, Sim, foge do padrão melódico da obra de Nando Reis. Tem tons altos e algumas quebras.
“Quando criei aquilo, até assustei. Falei assim: vou dormir para ver se não estou louco”, narra, com sorriso no rosto. “Normalmente vou pela simplicidade. Como arroz e feijão quase todos os dias e adoro”, exemplifica.
Já no caso de Pra Ela Voltar, o espanto deu lugar a um quase desespero. O artista demorou a concluir a música e foi tomado por um misto de ansiedade e, até, medo. “A gente fica com a aquela sensação, sem saber o que vai acontecer”, descreve.
Canção finalizada, disco pronto, Nando avalia que Sim e Não mostra avanços e novidades. Maturidade, pode-se dizer. Como se o Mar é um bom exemplo. A faixa tem clima pensativo, letra que foge do óbvio. E escapa das fórmulas tradicionais de refrão sem perder o caráter básico da música popular: grudar no ouvido.
Outro “upgrade”: Ti Amo, valsa inusitada que fecha o CD. “Pode parecer uma paródia. Mas não é. Não quero que ela soe como algo caricato. Acho muito bonita”, diz Nando.
E há ainda o erotismo de Monóico, que permite livres interpretações para uma relação que, diz a letra, une um homem e uma mulher. Dualidade que permeia todo o álbum, ela representa melhor o leque de possibilidades do artista. Uma gama onde, sim, quase tudo parece possível. Mas que não foge da linha pop. Sim e não, afinal, como o título do novo disco.
Redação Terra
