O presidente do PFL, Jorge Bornhausen, informou ao candidato tucano Geraldo Alckmin e ao presidente do PSDB, Tasso Jereissati, que, antes de anunciar a aliança nacional com o tucanato, quer ver “curadas” três “feridas abertas”. Localizam-se na Bahia, Sergipe e Maranhão. Nessas três unidades da federação, os tucanos locais resistem em formalizar alianças com os candidatos aos governos estaduais lançados pelo PFL, favoritos nas pesquisas eleitorais.
Bornhausen informou nesta quinta-feira à Executiva do PFL, reunida em Brasília, que vai se reunir com Alckmin nos próximos dias para acertar a data do anúncio do consórcio nacional entre PSDB e PFL. Discutirão os termos de um documento conjunto, a ser divulgado em solenidade pública. Antes, os pefelistas querem resolver as três “chagas”. As encrenca são as seguintes:
· Bahia: o PFL quer reeleger o governador Paulo Souto, candidato de Antonio Carlos Magalhães. Adversário de ACM na política local, o PSDB acena com o apoio a João Durval (PDT), filho do prefeito de Salvador João Henrique (PDT). O PFL quer que a direção nacional do PSDB force o apoio a Souto. Admite uma solução alternativa: Alckmin declararia publicamente que Souto é o seu candidato. E assumiria o compromisso de não subir em nenhum outro palanque, ainda que Durval, um velho desafeto de ACM, se lance com o respaldo do tucanato baiano;
· Sergipe: o governador João Alves é candidato à reeleição pelo PFL. Sua mulher, a senadora Maria do Carmo, cujo mandato se encerra neste ano, candidatou-se à renovação da cadeira no Senado. Aí reside o problema. O PSDB também quer que a vaga de senador seja do ex-governador Albano Franco. O PFL exige que Albano saia do páreo. Admite entregar a ele a vaga de vice-governador na chapa de João Alves;
· Maranhão: o tucanato maranhense destila ódio ao que chama de “oligarquia da família Sarney”. E recusa o apoio à candidata do PFL ao governo do Estado, Roseana Sarney filha do ex-presidente José Sarney. Os pefelistas exigem uma capitulação do PSDB do Maranhão.
Na conversa que terá com Alckmin, Bornhausen dirá também que o PFL decidiu adiar o anúncio do nome do seu candidato a vice-presidente da República para depois da solenidade pública que efetivará a aliança nacional em torno de Alckmin. A escolha do vice é outra “ferida aberta”. Mas, neste caso, a “cura” independe da ação do PSDB.
Realizada com o intuito de resolver a pendenga do vice, uma consulta interna conduzida por Bornhausen acabou aprofundando o problema. Ouvidos 94 lideranças do PFL, foram recolhidos mais de 180 manifestações. A discrepância entre um número e outro decorre do fato de que Bornhausen abriu às pessoas auscultadas a possibilidade de indicar mais de uma opção.
De acordo com os números que Bornhausen pôs sobre a mesa, houve 70 manifestações a favor do nome dele; 55 favoráveis ao senador José Jorge (PE); 43 pró-José Agripino Maia (RN), líder do partido no Senado; e 22 pela indicação do deputado José Thomaz Nono, vice-presidente da Câmara.
Bornhausen retirou-se da disputa. E pediu a José Jorge e a Agripino Maia que decidam entre eles quem será o vice de Alckmin. Quer que a definição seja feita por consenso. Acha que não há tempo para a realização de prévias. Porém, o blog apurou que nenhum dos dois candidatos admite abrir mão da postulação em favor do outro. Combinaram de refletir durante o final de semana e de sentar nos próximos dias para definir o mecanismo de escolha. Ou seja, o PFL talvez não escape de uma disputa interna no voto.
Uol-blog do Josias de Souza
Três Estados emperram aliança de Alckmin com PFL
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