A Receita Federal interceptou uma tentativa de remessa ilegal de organismos do Brasil para a Europa, em São Paulo. A remessa continha 13 onicóforos, seres de aspecto vermiforme, ainda pouco estudados pela ciência.
O material seria destinado a um pesquisador na Alemanha e tinha como remetente um professor do Instituto Butantan, importante centro de pesquisas biomédicas vinculado ao governo do Estado de São Paulo.
Os animais estavam em pequenas embalagens plásticas lacradas. Um estojo plástico, medindo cerca de 10 cm por 5 cm continha as embalagens menores e estava encaixado num pedaço de papelão escavado, o que conferia ao volume um aspecto de livro.
Mas ao passar pelo equipamento de raios-x operado pelos fiscais da Receita Federal no setor de exportação dos Correios, em São Paulo, foi retido. Recolhido pelo Ibama, o material foi aberto apenas no Museu de Zoologia da USP, onde os onicóforos foram identificados.
Segundo a assessoria do Ibama, a maneira como os animais estavam preservados – em solução tampão – leva a crer que eles poderiam ser utilizados para a realização de pesquisas com acesso a material genético. Essa hipótese foi levantada por vários pesquisadores entrevistados pelos analistas e fiscais do Ibama, inclusive por docentes do próprio Instituto Butantan.
O professor brasileiro que iria exportar o material recebeu duas autuações: uma de R$ 10 mil, referente à tentativa de enviar amostras de componente de material genético para o exterior. Outra, de R$ 6,5 mil, por coletar e utilizar animais silvestres sem autorização do Ibama. Também deverá responder a processo por crime ambiental. A Polícia Federal já está investigando o caso.
Onicóforos
Os onicóforos encontram-se apenas em zonas tropicais, em locais úmidos, como barrancos sombreados e folhiços. São considerados membros de um filo à parte (Onicophora) e intrigam os pesquisadores por terem características intermediárias entre anelídeos (minhocas) e artrópodes (centopéias).
Ainda não se sabe se tais animais despertam o interesse da indústria farmacêutica. Mas já se descobriu que o peripatus possui um mecanismo de defesa que é, no mínimo, curioso. Ao sentir-se ameaçado, expele uma substância que, em contato com o ar, transforma-se numa teia viscosa e grudenta que adere ao predador. Enquanto este se limpa, o peripatus bate em retirada.
Redação Terra
Remessa ilegal de material genético é apreendida em SP
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