O Irã está pronto para compartilhar sua tecnologia nuclear com outros países, afirmou o líder supremo do país, aiatolá Ali Khamenei, depois de se reunir, na terça-feira, com o presidente do Sudão. A informação foi divulgada por um canal de TV estatal do país.
O Irã está envolvido em um impasse nuclear com o Ocidente, onde há suspeitas de que os iranianos estejam desenvolvendo secretamente armas atômicas que poderiam ser transferidas para grupos terroristas ou que poderiam detonar uma corrida armamentista no Oriente Médio.
O país islâmico insiste que deseja dominar a tecnologia nuclear para fins pacíficos, tais como a produção de eletricidade.
“A força nuclear dos cientistas iranianos é um exemplo das várias frentes científicas que estão avançando no Irã. E a República Islâmica do Irã está pronta para transferir a experiência, a ciência e a tecnologia de seus cientistas”, afirmou Khamenei, segundo a TV estatal.
As declarações foram dadas depois de um encontro com o presidente sudanês, Omar Hassan al Bashir.
O parlamentar iraniano Kamal Daneshyar, chefe da comissão de energia do Parlamento, também afirmou, ao jornal Aftab-e Yazd, que o Irã estava pronto para treinar outros Estados islâmicos em práticas como o enriquecimento de urânio.
“Os cientistas nucleares do Irã podem treinar facilmente outros países islâmicos no enriquecimento de urânio e na produção de combustível nuclear”, disse, segundo o jornal.
A Organização das Nações Unidas (ONU) exigiu que o governo iraniano suspenda o enriquecimento de urânio, um processo com o qual se pode fabricar tanto combustível para usinas nucleares quanto, caso o urânio seja enriquecido até um nível mais alto, material para a montagem de bombas nucleares.
O Irã diz que continuará com seu programa de enriquecimento de urânio e que passará a produzir o material em escala industrial.
Até sexta-feira, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), ligada à ONU, deve enviar um relatório ao Conselho de Segurança dizendo se o Irã cumpriu ou não as exigências feitas pela organização internacional.
Reuters
