O vice-presidente boliviano, Alvaro García Linera, denunciou haver “fins políticos” por trás dos protestos dos habitantes de Puerto Suárez, que decidiram na noite passada fechar a fronteira com o Brasil.
“Detectamos que existem membros dentro do Parlamento, de diferentes partidos, que compraram terras em Puerto Suárez e que têm interesses econômicos de vender carvão vegetal à EBX –uma empresa brasileira”, disse García Linera.
O vice-presidente fez essa denúncia depois de ser confirmado que os habitantes de Puerto Suárez (1.700 quilômetros a sudeste de La Paz) decidiram fechar, à meia-noite, a passagem fronteiriça até a cidade brasileira de Corumbá.
Segundo o vice-presidente, “o protesto tem motivos políticos de pessoas interessadas em uma negociação financeira, que compraram terras na região” para fornecer carvão vegetal à siderúrgica brasileira.
García Linera reiterou que “o governo não negociará sob nenhuma circunstância a permanência da EBX”, a siderúrgica brasileira que instalou dois fornos em Puerto Suárez. A empresa pretende fundir, na Bolívia, minerais de ferro explorados no Brasil.
“É uma empresa ilegal que violou nossas leis e deve sair do país”, disse García Linera. Pedindo “ao nobre povo de Puerto Suárez que entenda a verdade do problema”, disse que o governo fará esforços para criar mais dos 900 empregos que serão perdidos com a saída da EBX da região.
Fonte: Folha Online