A Micarande foi encerrada na madrugada dessa segunda-feira e o balanço geral da polícia é que a festa ocorreu com total tranqüilidade. Desde o primeiro dia de festa, os registros de ocorrências eram apenas de embriagues e desordem, além de algumas agressões. Os números oficiais da polícia ainda não foram divulgados, mas estima-se que mais de 100 pessoas tenham sido presas e cerca de 45 foram resgatadas pelos Bombeiros.
O fato mais grave registrado foi o furto de um veículo, ocorrido em uma rua próximo ao Parque do Povo. Não houve registro de homicídio, estupros, assaltos a mão armada ou qualquer tipo de ocorrência grave.
Para a segurança da Micarande, o governo investiu R$ 530 mil nos custeios gerais e a Secretaria de Segurança utilizou um efetivo policial de aproximadamente 1,3 mil homens, entre policiais civis, militares e do Corpo de Bombeiros. O aparato de polícia foi incrementado com a presença de todos os grupos especiais a exemplo do GOE da Polícia Civil, o Choque e Gate, além de policiais da Gerência de Inteligência, que trabalharam infiltrados entre os foliões.
No policiamento ostensivo foram usadas tropas de 10 policiais militares, inclusive do Choque, circulando em várias áreas ao longo do circuito da folia. Também foram utilizados grupos de policiais civis, cada um comandado por um delegado, realizando uma ação semelhante. Parte desses policiais caminhava ao lado dos blocos, fazendo, quando necessário, intervenções dentro do cordão de isolamento, onde a segurança é de responsabilidade da organização do bloco.
Ao longo do circuito foram instaladas cinco delegacias móveis, nas quais eram registradas eventuais queixas ou prisões efetuadas pelos policiais. Em cada uma dessas delegacias havia uma turma com cerca de 10 agentes, além de escrivãos e delegado. A maior delas funcionou ao lado do Parque do Povo, no local da dispersão dos blocos. A estimativa que é que as prisões registradas pela Polícia Civil tenham superado a casa de 100.
Na área do açude velho, o Corpo de Bombeiros colocou um esquema especial. Nas ruas vizinhas, foram colocadas várias viaturas Auto Bomba Tanque (ABT), além de ambulâncias. No açude, cinco lanchas patrulharam durante todas as noites. Até o início da programação do domingo, a quantidade de pessoas que foram resgatadas após caírem na água era de aproximadamente 30.
Prisões
Entre as prisões de pessoas que brigavam entre os foliões, algumas se destacaram pelo uso de armas brancas. Já na primeira noite, os policiais militares prenderam um rapaz que tinha ferido outro dentro do bloco Eva. Ele portava um pequeno punhal e foi identificado após um trabalho realizado pelos policiais da inteligência, que ouviram da vítima a descrição do agressor e conseguiram identificá-lo entre os foliões.
No segundo dia, dois rapazes foram presos no Parque do Povo, após trocarem agressões com uma única faca. Um deles disse ter sido agredido, tomou a faca do agressor e fez o mesmo. Os dois foram levados para a Delegacia Móvel, de onde foram transferidos para um hospital da cidade e em seguida para a Central de Polícia.
Barreiras policiais
O policiamento não ficou restrito apenas no circuito da folia. Em todos os trechos de acesso ao circuito, as policias civil e militar montaram barreiras, com blitz e abordagem de veículos. Dessa forma, foi possível fazer uma filtragem nas pessoas que seguiram para os blocos, com o objetivo de apreender armas e tóxicos. Vários veículos foram retiros e algumas pessoas presas por porte ilegal de arma. Um dos presos estava com um revólver calibre 38, com cinco munições, tendo duas já deflagradas.
Comando
Durante os quatro dias de Micarande, o secretário de Segurança, Harrison Targino, acompanhado do comandante da PM, Lima Irmão e do superintendente Geral da Civil, Gerson Barbosa, comandaram pessoalmente o policiamento da festa. Conduzindo uma tropa formada por policiais co Choque, Gate e GOE, Harrison percorria todo o circuito por diversas vezes durante a noite. Comandou várias abordagens e até prisões, que foram efetuadas pelo grupo.
Ao longo do circuito, Harrison recebeu manifestações de aprovação e aplausos ao trabalho que a polícia estava realizando na Micarande. Os efeitos do policiamento também foram percebidos pelos artistas nos trios. O cantor Bel, do Chiclete com Banana, interrompeu o repertório para fazer um comentário sobre a tranqüilidade que a Segurança Pública estava proporcionando aos foliões. Ele destacou a atenção dos policiais em relação aos incidentes que aconteciam nos blocos, após testemunhar a prisão de um jovem que realizava furtos entre os foliões.
Para o secretário Harrison Targino, o empenho dos policiais no planto de segurança fez a diferença. O planejamento estratégico tinha sido apresentado a eles durante uma palestra, realizada no dia da abertura da festa. Por outro lado, o secretário destacou o empenho do governo em investir R$ 530 mil nesse esquema de segurança. “A soma dos esforços entre governo e servidores da Segurança Pública resultou em uma festa tranqüila para os foliões”, afirmou.
