Comerciantes e empresários campinenses comemoraram a tranqüilidade da segurança da Micarande 2006, após o encerramento da programação. Se alguns tinham o que reclamar sobre outros aspectos da festa, todos destacaram a eficiência da polícia em coibir a violência, com afirmações que chegaram a denominar de “show de segurança”, o emprego do policiamento na festa.
De acordo com a cúpula da Segurança Pública, nenhuma ocorrência grave foi registrada durante os quatro dias de folia. Por esse motivo, a sensação de segurança foi um dos atrativos para os foliões que foram a Campina Grande participar da festa. Foi o que afirmou o presidente da Câmara dos Diretores Lojistas (CDL), Arthur Almeida. Ele disse que esteve pessoalmente na festa e chegou a perceber várias situações em que havia mais policiais do que foliões.
“O governo deu um show de Segurança Pública na Micarande”, afirmou. Segundo Artur, a percepção do setor comercial é de que, nos dias oficiais de evento, a sensação era de que a criminalidade beirou a casa do zero. “Para os empresários, a sensação de segurança foi muito grande. Os policiais estavam muito presentes e atentos e tivemos esse ano uma considerável melhora, em relação a histórico de violência dessa festa”, comentou.
Já o presidente da Associação Comercial e Empresarial de Campina Grande, Alexandre Moura, disse que foi notória a presença da polícia em todos os pontos do circuito da folia. Ele disse que, em virtude do cargo que ocupa, acompanha o evento anualmente e, nesse ano, a polícia realizou um excelente trabalho, de forma a se sobressair das edições anteriores da Micarande.
Os presidentes dos blocos também concordaram com o sucesso da Segurança Pública no evento. Artur Ferreira, coordenador do Fusarca, disse que tinha uma grande preocupação com o item segurança, por conta da experiência com as Micaretas de outros estados, nas quais se registra altos índices de violência.
“Tínhamos uma preocupação nesse sentido, mas nossas expectativas foram superadas com o que vimos”, afirmou. Artur disse ainda que o sucesso da segurança impressionou o cantor Netinho, que puxou o bloco em um dos dias. Segundo ele, o artista comentou após o desfile que o trabalho da polícia tinha sido muito eficiente, promovendo um desfile tranqüilo, onde se destacou apenas a beleza dos foliões.
Artistas se impressionaram com tranqüilidade
Netinho foi apenas um dos artistas que interromperam o repertório para registrar, em pleno circuito da folia, a eficiência da polícia. O cantor Bel, do Chiclete com Banana, que tem larga experiência em Micaretas, também reservou um espaço para o registro. Em vários pontos do circuito e durante os três dias em que participou, ele falou sobre a ação da polícia.
Em um dos comentários, Bel destacou o trabalho do secretário de Segurança, Harrison Targino, e dos comandantes da PM e da Civil, Lima Irmão e Gerson Barbosa. Isso aconteceu quando em um dos trechos do circuito, o cantor percebeu a presença dos comandantes da segurança entre os foliões, coordenando o policiamento do evento.
Aparato chegou a envolver 1,4 mil homens nos dias principais
Segundo o secretário Harrison Targino, o policiamento chegou a ter 1,4 mil homens nos dias de maior movimento na Micarande. O número planejado inicialmente era de 1,22 mil, mas o efetivo foi reforçado na sexta e no sábado. “Fizemos o reforço para termos um efetivo amplo em todos os momentos e ambientes da festa”, comentou.
O efetivo total foi composto por cerca de 1 mil policiais militares e 30 civis, além de 96 soldados do Corpo de Bombeiros. Foram utilizadas 114 viaturas, além de cinco lanchas e um bote salva-vidas, colocados no açude velho. Ao longo do circuito foram instalados 25 postos de observação, nos quais trabalharam duplas de policiais militares.
No patrulhamento a pé, foram utilizados policiais dos pelotões de Choque, Gate e GOE, além dos soldados praças. Também foi utilizado um policiamento especial com a tropa do Canil, com 20 cães farejadores, e da Cavalaria, que utilizaram 40 conjuntos em pontos estratégicos do circuito. Outra modalidade usada foi o policiamento de moto, com 72 veículos circulando pelo circuito.
Barreiras
Mas uma das modalidades que muito chamou a atenção dos foliões foram as oito barreiras policiais que foram colocadas nas ruas de acesso ao circuito da Micarande. Nessas barreiras os policiais revistavam veículos e pedestres e chegaram a fazer algumas apreensões de armas.
Várias pessoas que passaram pelas barreiras perceberam a antecipação do ambiente de segurança na festa. Um deles afirmou ter “sentido firmeza” na abordagem feita pelos policiais, alegando que isso o fazia ficar mais tranqüilo durante a festa.
Prisões
Ao longo dos quatro dias de folia, a polícia realizou 30 prisões por embriagues de desordem. Mas algumas prisões se notabilizaram entre as demais. A primeira delas aconteceu já no primeiro dia da Micarande, quando um jovem agrediu outro dentro de um bloco. Através dos informes fornecidos pela vítima, os policiais do serviço de inteligência identificaram o agressor, que foi preso com um pequeno punhal e levado para a Central de Polícia.
Já na noite de sábado, a polícia prendeu duas baianas que, com experiência em Micaretas, foram flagradas praticando furtos entre os foliões de Campina. Segundo a polícia, Patrícia Silva de Souza, 21 anos e Ana Cláudia de Oliveira Maciel, de 19, vieram de Salvador apenas para praticar furtos na Micarande. Elas foram levas para a Central de Polícia onde foram autuadas em flagrante.
Outra prisão de destaque foi a de um fugitivo da Justiça, que foi reconhecido quando participava de um dos blocos. Iran Sampaio de Souza era procurado pela 5ª Vara Criminal de Campina Grande seu mandando de prisão foi confirmado após ser levado para uma das delegacias móveis, instalados na festa, onde foi feita a checagem de seus dados pessoais. Ele foi levado para a carceragem da Central de Polícia, onde está à disposição da Justiça.
Prioridade de governo
Para o secretário Harrison Targino, o alto investimento em Segurança Pública é fruto da polícia do governo Cássio, que tem priorizado esse item em sua gestão. Por outro lado, ele destacou a dedicação dos policiais civis e militares, como um dos principais ingredientes para o sucesso da segurança na festa. “Temos policiais que se dedicam de coração à essa causa, e devemos a eles grande parte desse sucesso”, afirmou.
Harrison Targino acompanhou o trabalho da polícia durante todos os dias de Micarande, até a total dispersão dos foliões. Junto com o comandante da PM, José Gomes de Lima Irmão e do superintendente Geral da Civil, Gerson Barbosa, o secretário percorreu todo o circuito por várias vezes, inclusive junto aos blocos. Com eles, uma tropa de policiais do Choque, Gate e GOE realizavam revistas em suspeitos e faziam intervenções em eventuais brigas ocorridas entre foliões.
“Há uma determinação do governador Cássio para que acompanhemos pessoalmente qualquer ação que promovamos”, afirmou Harrison. Na ocasião ele informou também que já está em estudo o policiamento do Maior São João do Mundo. “O Plano Estadual de Segurança, lançado no início do governo Cássio, prevê a promoção de esquema especial de segurança pra qualquer que seja o evento, que reúna um grande número de pessoas. Isso acontecerá sempre, seja em João Pessoa, Campina Grande ou qualquer outro lugar da Paraíba”, concluiu.
