A CPI dos Bingos ouve nesta quarta-feira, em sessão secreta, o depoimento do garçom Anderson Ângelo Gonçalves, o Jack, que teria presenciado três reuniões em uma casa de bingo de Campinas (SP). Nessa casa teria sido tramado o assassinato do prefeito da cidade, Antonio da Costa Santos, o Toninho do PT.
Toninho foi morto em setembro de 2001, quando saía de um shopping da cidade. O DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) de São Paulo e a Promotoria apontam que os três disparos, de uma pistola 9 mm, foram feitos por um dos integrantes da quadrilha do seqüestrador Wanderson de Paula Lima, o Andinho, que fugia em um Vectra prata. Apenas Andinho está vivo.
O garçom teria, de acordo com o presidente da CPI, senador Efraim Morais (PFL-PB), se oferecido na semana passada para prestar esclarecimentos depois de saber que seu nome foi citado em uma das reuniões da comissão parlamentar de inquérito.
Jack telefonou para a assessoria da CPI e disse que se sentia ameaçado e por isso se dispunha a prestar depoimento. Assessores da CPI viajaram a Campinas para acertar detalhes do depoimento com o garçom.
Na conversa, que ocorreu num shopping, o garçom teria dito “temer por sua vida e que tinha muito a esclarecer” à comissão parlamentar, segundo Efraim.
Por conta disso, Jack pediu que sua imagem fosse resguardada, o que levou o presidente da CPI a determinar o fechamento da sala onde ocorre o depoimento.
Com o depoimento, pode ser adiada a sessão administrativa marcada para a votação de requerimentos polêmicos, como a convocação do ex-presidente da Caixa, Jorge Mattoso, e a quebra de sigilo bancário do presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, e do filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Fábio Luiz Lula da Silva.
Fonte: Folha Online