Saúde

Cientistas criam rato ‘autista’ para pesquisas

Cientistas da Universidade do Texas criaram um rato 'autista' ao retirar um gene de regiões específicas do cérebro do animal.

Os pesquisadores observaram que os ratos apresentaram comportamentos comuns em pessoas autistas, como dificuldade de interação social e alta sensibilidade.

Segundo os especialistas, o estudo, publicado na revista Neuron, pode levar a um melhor entendimento das causas do autismo.

O pesquisador britânico Simon Baron-Cohen, da Universidade de Cambridge, enfatizou, no entanto, que os resultados do estudo são interessantes, mas ainda é cedo para se chegar a qualquer conclusão em relação ao autismo em humanos.

De acordo com Cohen, o estudo tem relevância na compreensão do autismo, mas comportamentos sociais anormais em ratos podem ser causados por fatores diferentes dos que afetam humanos.

“Esse estudo aumenta nossa compreensão de como genes presentes no cérebro podem ter funções específicas relativas à neuroanatomia e ao comportamento”, disse o pesquisador.

Gene Pten

O autismo afeta a maneira como uma pessoa se comunica e interage com os que estão à sua volta. Cerca de 90 em cada 10 mil pessoas sofrem da condição. Os distúrbios tendem a emergir na infância e são mais comuns em meninos.

A equipe da Universidade do Texas estudou ratos que tiveram o gene Pten retirado de células nervosas do seu córtex cerebral e do seu hipocampo.

O Pten está associado ao autismo, já que alguns autistas apresentam mutações no gene. Ele também é conhecido por suprimir o câncer. O córtex cerebral e o hipocampo estão associados ao aprendizado e à memória.

Os ratos geneticamente modificados apresentaram comportamentos anormais quando comparados a outros ratos.

Eles eram menos sociáveis e demonstravam menor curiosidade quando ratos estranhos entravam na gaiola.

Quando expostos a objetos inanimados e a outros ratos, os animais que não tinham o gene Pten demonstravam mais interesse pelo objeto, um comportamento observado também em crianças autistas, que preferem brinquedos a pessoas.

Outras anomalias eram maior sensibilidade a estímulos estressantes como barulho alto e contato com humanos.

Os ratos que sofreram modificações genéticas também estavam menos inclinados a construir ninhos e cuidar de seus bebês.

Pista

O diretor do grupo responsável pela pesquisa, Luis Parada, disse que os pesquisadores ficaram entusiasmados com o resultado.

Segundo Parada, como o gene foi retirado de regiões específicas do cérebro, o estudo permite que os cientistas identifiquem pelo menos uma localização anatômica associada à anomalia.

O cientista diz que, em condições sobre as quais se sabe tão pouco, qualquer pista é muito importante.

No entanto, um artigo publicado na mesma revista pelos pesquisadores Anthony Wynshaw-Boris e Joy Greer, da Universidade da Califórnia, alerta para o fato de que há outros comportamentos vistos em pessoas autistas que não foram apresentados pelos ratos (por exemplo, comportamentos repetitivos).

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