Cotidiano

Garra revela velociraptor de Minas Gerais

None

Uma só garra de 5,5 cm de comprimento seria o suficiente para confirmar que primos do sanguinário Velociraptor da série “Parque dos Dinossauros” habitaram Minas Gerais, diz um trio de paleontólogos. Eles apresentaram ontem ao público o fóssil do bicho e dizem que a garrinha pode indicar a presença de todo um grupo desconhecido de dinos carnívoros, típicos da América do Sul.

“Esse fóssil pode parecer mixuruca -humilde talvez seja a palavra exata-, mas é importante”, declarou Ismar Carvalho, pesquisador da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) que é um dos responsáveis pelo achado. “Em nome da prudência”, segundo ele, o osso ainda não foi batizado com um nome de espécie, mas o grupo considera indiscutível sua classificação como uma forma antes desconhecida dos chamados maniraptores.

A denominação engloba uma série de dinos peso-pluma, ágeis, predadores e parentes próximos das aves de hoje (a rigor, aliás, as aves são consideradas, elas próprias, membros desse grupo). “A combinação de traços da garra só se apresenta nesses dinossauros com mãos especializadas. Dentro do grupo, cremos que o fóssil tem relações mais próximas com os oviraptorossauros, ou dinossauros ladrões de ovos, comuns na Mongólia”, afirmou à Folha o paleontólogo Fernando Novas, do Museu Argentino de Ciências Naturais Bernardino Rivadavia, que também faz parte da equipe.

No entanto, a presença de uma quilha cortante na ponta da garra e de uma articulação toda esquisita, em forma de oito, entre a unha e o que seria a mão do bicho é o que tornaria o animal único entre os demais dinos conhecidos.

“Pessoalmente, acho demasiado falar de um novo grupo com base em uma garrinha, embora ela tenha algumas características interessantes. Falaríamos disso se tivéssemos um naco de crânio, talvez uma vértebra, um fêmur. Fico esperançoso quanto a novos materiais serem encontrados”, avalia o paleobiólogo Reinaldo José Bertini, da Unesp de Rio Claro, que não participou do estudo.

Parte da culpa pela fragmentação do bicho é do ambiente da região (Peirópolis, perto de Uberaba) há 70 milhões de anos, diz Carvalho. “O fóssil vem de sedimentos carregados por rios. Além disso, os ossos desses animais são leves e porosos, e a garra é uma das primeiras coisas a descolarem nesse processo”, explica ele.

Carvalho classifica o bicho de “avestruz com cauda”, e o grupo decidiu reconstruí-lo com penas, apesar da falta de dados diretos. “Seguimos o que há de mais moderno na interpretação dos maniraptores, e os fósseis da China, que têm penas”, diz Luiz Carlos Borges Ribeiro, do Centro de Pesquisas Paleontológicas L. I. Price, que também assina a pesquisa. Da ponta do focinho à ponta da cauda, o animal teria uns 2 m.

O estudo foi publicado na Revista do Museu Argentino de Ciências Naturais. [Folha de S. Paulo]

COMPARTILHE

Bombando em Cotidiano

1

Cotidiano

Prática de exercícios físicos regulares ajuda a prevenir doenças emocionais

2

Cotidiano

Cagepa anuncia que água deve voltar às torneiras a partir de amanhã em Conde, Cabedelo e João Pessoa

3

Cotidiano

Protesto interdita, de novo, trechos da PB-073 e PB-085 no Brejo

4

Cotidiano

João Pessoa, Cabedelo e Conde ficam sem água após bandidos invadirem estação da Cagepa, renderem funcionários e roubarem equipamentos

5

Cotidiano

João Pessoa terá ‘passe-livre’ nos dias do Enem 2024; saiba como vai funcionar