Paraíba

Asplan alerta produtores de cana-de-açúcar daParaíba sobre o perigo

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A Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan), através do seu Departamento Técnico, está alertando todos os plantadores de cana-de-açúcar do Estado, sobre o perigo de mais uma praga que ameaça a cultura canavieira: a Cigarrinha da Raiz. O fungo Mahanarva fimbriolata, como é denominada cientificamente essa espécie de parasita, já povoa os estados vizinhos de Alagoas e Rio grande do Norte. A sua incidência na região Nordeste ocorre no período de março a agosto, devido às condições climáticas, que nesta época, ficam favoráveis para o surgimento e proliferação das pragas. A Asplan está orientando seus associados para que dobrem a vigilância nos canaviais e busquem o auxílio da entidade, caso verifiquem alguma anormalidade em sua plantação.

“Apesar desse ano não ter havido umidade mais que o suficiente, decorrente do baixo índice das chuvas, devemos vistoriar nossos canaviais, inclusive os baixios (terrenos com depressão) e as áreas de irrigação que mantém o microclima, a fim de comprovar se existe alguma manifestação das principais pragas da cultura canavieira”, enfatizou o engenheiro agrônomo e coordenador do Departamento Técnico da Asplan, Vamberto de Freitas Rocha.

O ciclo da Cigarrinha da Raiz dura em torno de 70 dias e no período de ninfa, ela libera uma espuma que é sua defesa. “Portanto, para verificar de maneira correta a presença do fungo, o produtor deve observar a parte inferior da cana, onde se encontra o sistema radicular da planta. E se, por acaso, for encontrado algum índice de espuma em seus rizomas, já é detectado o primeiro estágio da atuação da praga, ou seja, o estado jovem da Cigarrinha da Raiz”, explicou o coordenador.

Vamberto destacou também que, na cultura da cana-de-açúcar é freqüente o surgimento de duas outras pragas: a Cigarrinha da Folha (Mahanarva posticata) e a Broca Comum (Diatraea saccharalis). E foi pensando nessa problemática que, a mais de uma década, a Asplan dispõem de técnicas bastante avançadas no controle biológico dessas principais pragas. Esse trabalho é desenvolvido na Estação Experimental de Camaratuba, localizada no município de Mamanguape, mantida pela Asplan. Na Estação, existem dois laboratórios, que produzem insumos biológicos que são repassadas sem custo para os produtores associados e, em forma de parcerias, para as usinas paraibanas.

Segundo a bióloga e coordenadora dos laboratórios, Edna Chaves, desde 1993, entre os principais trabalhos desenvolvidos na Estação Experimental, está a produção do fungo Metarhizium amisopliae, para o controle das Cigarrinhas da Folha e da Raiz, e da Cotesia flavipes, uma vespa utilizada no combate à Broca Comum. “A Estação é referência no Nordeste, no controle biológico dessas principais pragas dos canaviais. E mensalmente, nos laboratórios são produzidas 9,5 milhões de Cotesia flavips (Vespas) e 5 toneladas de Metahizium anisopliae (Fungo)”, afirmou Edna Chaves.

A bióloga destacou, ainda, que no ano passado foi feito o controle biológico em cerca de 12 mil hectares, distribuídos entre várias áreas de plantio de cana-de-açúcar no Estado. “Este ano, os laboratórios da estação continuam com a produção dos insumos biológicos bastante intensa para melhor atender aos produtores associados a Asplan”, complementou.

De acordo com o presidente da Asplan, Raimundo Nonato Siqueira, a associação não poderia deixar de prestar essa assistência aos seus associados, pois, combater as pragas

é uma ação fundamental para o bom desempenho da produção de cana-de-açúcar e também para diminuir os prejuízos da lavoura. “Temos que controlar esses males, porque, para se ter uma idéia, apenas a ação da Cigarrinha da Folha compromete em até 11% a produção agrícola e 7,5% da produção industrial, o que afeta a fabricação de açúcar e a fermentação da cachaça e do álcool. Já a Broca Comum provoca perda de 5% da produção agrícola e industrial”, destacou.

Nonato lembrou também que a Cigarrinha da Raiz chega ser ainda é mais ofensiva que a Cigarrinha da Folha, pois, ela danifica em maior proporção à produção da cana-de-açúcar. “Contudo, também podemos combater tranqüilamente essa outra praga que ameaça os nossos canaviais, através do Metahizium anisopliae (Fungo), um dos insumos biológicos disponibilizados gratuitamente aos associados da entidade”, garantiu o dirigente da Asplan.

Fonte: Secom PB

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