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OMS pede que países continuem vigiando a gripe aviária

"Não há dúvida de que vamos continuar vendo contágios do H5N1 - vírus que causa a gripe aviária -, o que leva todos os países a manterem a vigilância máxima", d

A Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu hoje a seus 192 países-membro que não diminuam a vigilância de novos casos de gripe aviária, tanto em aves como em seres humanos, pois a entidade tem certeza de que irão aparecer novos casos.

“Não há dúvida de que vamos continuar vendo contágios do H5N1 – vírus que causa a gripe aviária -, o que leva todos os países a manterem a vigilância máxima”, declarou o responsável da OMS para doenças contagiosas, Margaret Chan, na segunda sessão da 59ª Assembléia Mundial de Saúde.

Esta entidade, que toma as decisões mais importantes da OMS, realiza sua reunião anual em Genebra durante esta semana.

Entretanto, a abertura do encontro foi marcado pela morte repentina do diretor-geral da OMS, Lee Jong-wook.

No discurso que realizaria hoje, e que foi divulgado pela OMS, Lee afirmaria que até agora foram contabilizados em 2006 mais casos mortais de H5N1 que em 2005, o que o levou a defender que “não se deixe de vigiar”.

“A ameaça da gripe aviária não desapareceu nem está desaparecendo”, declarou Chan, que acrescentou que “estamos em alerta diante de qualquer indício de que o vírus modificou seu comportamento”.

Na sua opinião, agora é prioritário “acelerar a obtenção de vacinas, criar capacidade de produção, melhorar os sistemas de alarme adiantado e ajudar os outros a se prepararem”, assim como materializar o mais rápido possível as doações prometidas para este trabalho.

Para acelerar a obtenção de vacinas, o ministro de Saúde da Argentina, Ginés González, disse que é imprescindível modificar o atual sistema de patentes, que deixa a produção nas mãos de algumas poucas empresas particulares e a preços inacessíveis para os países mais pobres.

“O sistema atual fará com que seja impossível dar uma resposta adequada ao desafio”, que consistirá em três pontos: encontrar uma vacina no menor tempo possível, a produzir em quantidade suficiente para atender toda a população em perigo e oferecer o medicamento a um preço acessível para todos, declarou o ministro argentino.

Este debate envolve, na sua opinião, uma “profunda dimensão ética”, pois a pretensão “é que os Governos mais pobres sacrifiquem milhões de aves – para prevenir a expansão do H5N1 -, enquanto os mais ricos defendem apenas uma galinha, a que coloca os ovos de ouro”, em alusão às grandes farmacêuticas.

No que diz respeito à falta de profissionais de saúde que atinge o mundo – outro dos assuntos da ordem do dia da Assembléia -, o ministro de Saúde de Cuba, José Ramón Balaguer, propôs a extensão do modelo utilizado em seu país, onde 17.495 pessoas de 17 países estudam medicina.

Desde 1961, 45.352 jovens de 129 países se formaram em Cuba, dos quais 30.109 procediam da África subsaariana e 8.718 da América Latina, enquanto Cuba tinha no exterior 29.223 colaboradores em 68 países, segundo seus dados.

Além disso, disse que Cuba contribuiu para a criação de 11 faculdades de medicina em vários países em desenvolvimento, trabalhou em 38 e atualmente tem 305 professores em 24 faculdades de medicina de 17 países.


EFE

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