O ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares negou hoje que a campanha eleitoral do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2002 tenha sido financiada com doações de empresários do setor de jogos.
Delúbio Soares, que está entre as 40 pessoas indiciadas por corrupção pelo procurador-geral da República Antonio Fernando de Souza, disse que o PT não praticou irregularidades na arrecadação de recursos, nem foi sustentado com contas paralelas.
Além do ex-tesoureiro do PT e dos ex-ministros José Dirceu e Luiz Gushiken, a lista inclui o ex-presidente do PT José Genoino, o ex-secretário-geral do partido Silvio Pereira, e mais 13 deputados acusados de formar uma rede que subornava congressistas para garantir a aprovação de projetos do governo.
O ex-tesoureiro do partido prestou depoimento hoje perante uma comissão especial do Congresso que investiga o suposto envolvimento de proprietários de casas de bingo na última campanha presidencial.
Segundo a comissão, as doações dos donos de bingos para a campanha presidencial do PT há quatro anos tinham como objetivo a legalização de seus negócios, que valem cerca de US$ 2 bilhões.
“Não tenho conhecimento algum de que isto – as doações de casas de bingo – ocorresse em 2002”, declarou.
Os congressistas dizem ter provas de que o dinheiro dos bingos chegou à campanha de Lula com a mediação do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci.
As acusações surgiram em 2004 e fizeram com que o Governo do presidente Lula decretasse a proibição do funcionamento de “todas as modalidades de jogos de bingo e de máquinas eletrônicas”, numa mudança radical na política oficial, que estudava a regulamentação dos bingos.
Delúbio Soares assumiu de novo toda a responsabilidade na contratação de empréstimos de R$ 55 milhões em nome do partido e reafirmou que as demais lideranças partidárias não tiveram conhecimento de suas manobras.
Agência EFE
