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Após 12 anos de prisão, DNA absolve cubano nos EUA

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O cubano Orlando Bosquete, de 51 anos, foi absolvido hoje das acusações de estupro e roubo depois de ficar preso durante 12 anos. Exames de DNA comprovaram que ele nada tinha a ver com um crime cometido, em 1982, contra uma mulher em Cauo Huesso, na Flórida.

“Mesmo depois de tantos anos, estou contente e disposto a perdoar a Justiça”, disse Bosquete.

De acordo com a ONG Projeto Inocência (IP, na sigla em inglês), 65% das pessoas absolvidas pela Justiça da Flórida após cumprir penas, foram identificadas de forma errada por suas supostas vítimas.

A prisão de Bosquete – integrante da onda de foragidos cubanos na década de 80 – ocorreu em setembro de 1982, quando uma mulher foi estuprada depois de ter seu apartamento roubado. Poucas horas após os crimes, a mulher, sentada no banco de trás de uma viatura da polícia, apontou o cubano como seu agressor. Ele estava a sete metros de distância, mas foi preso.

Em 1983, alegando inocência, o cubano foi condenado a 65 anos de prisão. Dois anos depois, o suposto estuprador fugiu da cadeia, e ficou foragido durante dez anos até ser recapturado. Três meses depois, Bosquete fugiu novamente, mas foi recapturado um ano depois.

Amparado por Nina Morrison, advogada da IP, o homem obteve o benefício de fazer testes de DNA na roupa íntima usada pela mulher e guardada pela Justiça. Hoje, os resultados provaram a inocência do cubano.

“Infelizmente, somente agora ele pôde provar o que sempre garantiu”, disse Nina. Seu cliente, porém, ainda não poderá voltar à liberdade, já que o serviço de imigração deverá decidir seu destino.

Erros como os cometidos contra Bosquete fazem com que a IP coloque em discussão a validade dos processos de identificação de suspeitos. “Ocorre que, em boa parte dos casos, as vítimas são influenciadas pelo fato de ficar sabendo, antes da identificação, as características dos suspeitos”, disse Nina.

Para a advogada, uma das soluções do problema, na hora da identificação, seria alertar as vítimas de que, entre os suspeitos a serem identificados, há um inocente.

Em todos os EUA, 178 condenados já foram absolvidos graças a testes de DNA após passarem uma média de dez anos presos por causa de identificações falhas. Destes, 14 esperavam no chamado “Corredor da Morte”. Em 2003, um condenado de Illinois foi absolvido após permanecer por 27 anos na cadeia.

Agência Estado

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