Para conseguir o máximo dos jogadores durante a Copa do Mundo, a comissão técnica alemã, comandada por Jürgen Klinsmann, aposta suas fichas na estrutura hi-tech montada pelo especialista em preparação física, o norte-americano Mark Verstegen, e seus assistentes Chad Forsythe e Craig Friedman, além do fisioterapeuta do Bayern de Munique, Oliver Schmidtlein. “Algo parecido com o Mark Verstegens Institut em Phoenix, nos EUA, não existe aqui na Europa”, revelou Klinsmann, no início dos trabalhos em Genebra.
O espaço para fitness do Stade de Genève, em Genebra, foi totalmente preparado para atender aos pedidos da equipe de Verstegen. Os cerca de mil metros quadrados de área foram ocupados com os equipamentos mais modernos do mundo em preparação física, a maior parte deles importados dos Estados Unidos. Tudo isso para deixar os 23 atletas da seleção alemã na melhor forma para o Mundial. “Com a forma física ideal, não se ganha uma Copa do Mundo. Mas ela é a base para se conquistar um Mundial”, disse o norte-americano.
Esta parece ser a exata visão de Klinsmann, que chamou o norte-americano pra trabalhar na seleção logo depois que assumiu o cargo, em 2004. “Genebra será a base para a Copa. Vamos extrair uma alta intensidade até o último teste contra a Colômbia. Queremos fazer a preparação sem compromisso. Tudo está voltado para o início do Mundial”, declarou o treinador. “Por isso, vamos até correr o risco de não ter um desempenho otimizado nestes últimos três jogos antes da Copa. Isso também porque os jogadores terão as pernas bem pesadas”.
Antes de embarcar para a Sardenha, na Itália, Klinsmann já alertava sobre as conseqüências da forte preparação física. “Acredito que eles (os jogadores) não terão tanta vontade de sair à noite, dar uma volta pela cidade. Os treinos serão bem puxados, principalmente na parte da manhã”.
Verstegen se preocupa em especial com a estabilidade, a mobilidade e a elasticidade. O norte-americano estabeleceu um programa de treinamento individual para cada jogador da seleção. E não para por aí. A equipe estabeleceu também um conceito de treinamento especifico para cada posição, com exercícios especiais para o goleiro diferentes daqueles dados aos atacantes. “Os músculos devem se tornar explosivos, não precisam crescer. O objetivo é extrair o potencial para obter o máximo das oportunidades que nós temos”, declarou Verstegen. E parece que os 23 atletas aceitaram bem as determinações para derrubar o déficit físico até o Mundial. Nesta quarta-feira, o zagueiro Christoph Metzelder voltou a treinar com o grupo, recuperado de uma lesão na coxa.
Ao lado da parte física, Klinsmann também quer desenvolver tanto o lado tático quanto o psicológico. Para isso, o treinador fez a Federação Alemã contratar os trabalhos de uma produtora de Dusseldorf, a Mastercoach, para filmar os treinos e estudar o comportamento dos jogadores na formação dos sistemas adotados na seleção, como o 4-4-2 ou o 4-4-3. No lado psicológico, o treinador alemão quer desenvolver o Teamgeist (espírito de equipe) entre os atletas. O psicólogo Hans-Joachium Hermann trabalha forte para concretizar a idéia de que a seleção depende da união para vencer o Mundial. “Isto é a base de tudo. Não temos uma equipe como o Brasil. Só poderemos alcançar alguma coisa se todos estiverem juntos”, completou Klinsmann.
Estadão.com.br