Os 192 países que formam a Organização Mundial da Saúde (OMS) se comprometeram hoje a intensificar os esforços para a obtenção da eliminação completa da pólio, o que representaria o segundo caso de erradicação completa de uma doença na história, depois da varíola.
A OMS iniciou a campanha para erradicar a poliomielite em 1988. Assim, após oito anos para a doença continuava endêmica apenas em quatro países – Nigéria, Índia, Paquistão e Afeganistão -, o número mais baixo da história.
Com uma especial incidência nas crianças com menos de cinco anos – a paralisia infantil – e altamente contagiosa, a pólio é causada por um vírus que invade o sistema nervoso e pode provocar a atrofia das extremidades e a paralisia em cerca de cinco dias.
Graças às vacinações maciças e simultâneas, nas quais o mundo já investiu quatro bilhões de dólares, o número de casos anuais passou de 350 mil em 1988 para menos de 1.189 em 2004, o que fez com que os países onde a doença é endêmica tenham diminuído de 125 para seis neste mesmo período.
No entanto, em 2005 aumentou novamente o número de casos (1.880), após o surgimento de um novo foco na Nigéria que chegou a infectar mais de 20 países que já tinham se livrado do vírus.
Para erradicar a pólio o mais rápido possível a Assembléia Mundial da Saúde assinou hoje em Genebra uma resolução por meio da qual pede aos países da OMS que empreendam todos os esforços necessários.
Assim, se for detectado algum caso de pólio, devem atuar com rapidez e realizar pelo menos três rodadas de imunização em grande escala que devem alcançar mais de 95% das crianças de até cinco anos.
Hoje, a OMS homenageou William Sergeant por sua dedicação durante mais de vinte anos na liderança da luta contra a pólio no mundo através da associação particular Rotary Internacional.
Com 86 anos, Sergeant dedicou doze deles na direção do programa de vigilância para a erradicação da poliomielite na Rotary Internacional, que destinou US$ 650 milhões para propagar ao máximo a vacinação contra a doença.
A erradicação da pólio foi um dos assuntos mais comentados pelos cerca de três mil analistas na terceira sessão da reunião anual da Assembléia que acontece nesta semana em Genebra, embora também tenha sido dada muita atenção ao problema gerado pelo atual sistema de patentes na hora de comprar remédios nos países mais pobres.
Segundo dados da OMS, 80% dos 35 milhões de mortes causadas anualmente por doenças crônicas correspondem a pessoas de países com renda média ou baixa, já que estes indivíduos não têm acesso aos tratamentos de longa duração.
A organização elaborou um relatório em colaboração com a ONG Ação Internacional para a Saúde na qual deixa claro que o fornecimento de remédios para doenças crônicas se transformou em um novo desafio da saúde pública internacional.
O estudo analisa os preços, a disposição e a acessibilidade de 14 medicamentos para cinco das doenças crônicas mais comuns (asma, diabetes, epilepsia, hipertensão e desordens psiquiátricas) em cerca de 30 países com renda média ou baixa, entre eles o Peru.
A partir do relatório se deduz que os remédios analisados aparecem com impostos e taxas, margens de lucro, tanto no varejo como no atacado, e comissões que costumam duplicar o preço final destas substâncias.
Por isto, a OMS recomenda que os países façam seu próprio controle de preços dos remédios mais necessários para suas respectivas populações e eximam de taxas e impostos todos os remédios essenciais para a população.
Além disso, faz um apelo para a adoção de políticas nacionais de substituição de remédios sob patentes por genéricos nos casos em que os primeiros representem um custo extra e recomenda que os sistemas públicos de saúde evitem receitar remédios patenteados se existem genéricos mais baratos.
Agência EFE
Países se comprometem a lutar pela erradicação completa da pólio
Os 192 países que formam a Organização Mundial da Saúde (OMS) se comprometeram hoje a intensificar os esforços para a obtenção da eliminação completa da pólio,
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