Os mercados brasileiros seguiram na esteira do humor internacional, mas agora com algum alívio nas tensões. O cenário externo mais tranquilo resultou em correção nas oscilações significativas dos últimos pregões.
O dólar interrompeu uma série de quatro dias de alta e caiu 4,54 por cento nesta quinta-feira, enquanto a bolsa quebrou a sequência de seis baixas e disparou 5 por cento.
Analistas alertam, entretanto, que a recuperação pode ser pontual e a volatilidade deve persistir, devido às persistentes incertezas sobre o rumo do juro norte-americano.
“Não sei se é uma recuperação. Certamente é o sintoma de um mercado extremamente volátil e extremamente indeciso, onde não se pode extrair nenhuma tendência”, comentou Jorge Knauer, gerente de câmbio do banco Prosper.
O dado importante da quinta-feira foi o Produto Interno Bruto dos Estados Unidos, que veio abaixo do esperado e atenuou temores sobre juros norte-americanos maiores.
Mas a expectativa maior é pelo núcleo do índice de preços dos gastos do consumidor, PCE, na sigla em inglês, um dos dados preferidos do Federal Reserve.
“O PIB é importante, mas o grande número é amanhã, é ele que vai balizar o juro (dos EUA)”, disse Luiz Roberto Monteiro, assessor de investimentos da corretora Souza Barros. O relatório com o PCE sai às 9h30 (horário de Brasília).
Miriam Tavares, diretora de câmbio da AGK corretora, observou que a ata do Fed, que será divulgada na próxima quarta-feira, deve possibilitar que investidores projetem um cenário melhor.
“Esse elemento vai (possibilitar) pelo menos firmar posições de forma mais certa. Por enquanto, fica só incerteza. Na minha opinião, a tendência é que no próximo mês e meio, dois meses, (o mercado) volte a se acomodar e os investidores retomem parte de suas posições no Brasil”, avaliou ela.
Veja como fecharam os principais mercados do país:
DÓLAR
O dólar registrou a maior queda diária desde agosto de 2002, caindo 4,54 por cento, para 2,292 reais na ponta de venda, depois de subir quase 5 por cento na véspera.
BOLSA
O principal indicador da bolsa paulista finalizou em alta de 4,96 por cento, a 37.568 pontos, quebrando uma sequência de seis pregões seguidos de baixa. Foi a maior valorização desde maio de 2004.
JUROS
Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), todas as projeções recuaram ao mesmo tempo que diminuiu o volume de contratos de depósito interfinanceiro negociados. O DI junho 2006, que embute as apostas para a reunião do Comitê de Política Monetária da próxima semana, cedeu de 15,68 por cento no fechamento anterior para 15,66 por cento ao ano.
O DI janeiro 2007 recuou de 15,64 por cento para 15,30 por cento. O DI janeiro 2008, mais procurado pelos investidores e com o maior declínio, saiu de 16,65 por cento para 15,80 por cento ao ano.
ADRs BRASILEIROS
O índice de principais ADRs brasileiros disparou 7,51 por cento, para 18.509 pontos. As maiores altas foram Cemig, que subiu 14,57 por cento, e Embratel, que avançou 11,21 por cento.
GLOBAL 40
O título de referência dos mercados emergentes, o Global 40, avançou 0,625 ponto percentual, para 122,875 por cento do valor de face, oferecendo rendimento de 7,511 por cento ao ano.
RISCO-PAÍS
O risco-país despencou 19 pontos, para 270 pontos-basicos, acompanhando a recuperação global dos mercados.
Reuters
Em dia de repique, dólar cai 4,4% e bolsa sobe 5%
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