Ao premiar os irmãos belgas Luc e Jean-Pierre Dardenne pelo filme “A Criança” (05) com sua segunda Palma de Ouro (a primeira foi com “Rosetta”), o Festival de Cannes sacramentou o reconhecimento a um dos projetos cinematográficos mais consistentes dos últimos anos.
A obra tem sólidas bases de linguagem (a câmera colada aos personagens, a ausência de trilha sonora) e conteúdo (a preferência por histórias sobre os excluídos da sociedade de consumo).
O filme segue de perto a trajetória dos namorados Sonia (Déborah François) e Bruno (Jérémie Renier), que vivem de subsídios do governo e de pequenos furtos. A vida do casal é abalada pelo nascimento de um filho.
O longa tem clara influência do neo-realismo italiano, do qual tira o desejo de contar sua história sem recorrer a artifícios, e do cinema do francês Robert Bresson (“Pickpocket”), de quem herda o rigor formal.
Mas os irmãos Dardenne usam essas referências para chegar a um conceito de cinema particular. Seus filmes podem ser definidos como dramas sociais de fundo moral (mas sem moralismos) e estética árida. É um cinema essencial. Em vários sentidos.
Folha Online
Drama social de fundo moral, “A Criança” chega às telas
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