O deputado britânico George Galloway disse ser “moralmente justificado” que um terrorista assassine o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, por causa da participação do Reino Unido na guerra do Iraque, segundo entrevista publicada pela revista “GQ”.
“Estaria moralmente justificado”, respondeu Galloway à pergunta concreta sobre a hipótese de um atentado contra Blair por esse motivo.
“As pessoas que lançaram uma guerra ilegal e assassina contra o Iraque dificilmente poderiam reclamar se alguém tentasse devolver o golpe”, acrescentou Galloway.
O deputado, que foi expulso do Partido Trabalhista, acrescenta que, pessoalmente, não quer o assassinato de Blair, mas se acontecesse “seria de uma categoria moralmente diferente” dos atentados de 7 de julho de 2005, em Londres, que deixaram 52 mortos e mais de 700 feridos.
O assassinato, acrescenta Galloway, seria “inteiramente lógico e explicável” e “o equivalente moral de ter ordenado as mortes de milhares de inocentes” no Iraque.
Galloway pertence ao partido Respect, e foi expulso do Partido Trabalhista por criticar Blair e incitar a desobediência aos soldados enviados ao Iraque.
Diante da entrevista, o secretário de Estado para as Forças Armadas britânico, Adam Ingram, acusou Galloway de ter “intrometido sua língua venenosa em um charco de sangue”.
O deputado trabalhista Stephen Pound se disse assombrado com as declarações de Galloway. “Cada vez que alguém pensa que não pode cair mais baixo, volta a te surpreender”, acrescentou Pound.
A coalizão “Stop the War” também criticou Galloway. “Não estamos de acordo com as ações de Tony Blair, mas também não (concordamos) com as ações dos terroristas suicidas ou dos assassinatos”, disse um porta-voz.
O jornal “The Independent” publica hoje uma foto do parlamentar britânico abraçando ontem o presidente cubano, Fidel Castro, a quem Galloway qualificou, segundo o diário, como “um leão” em um mundo político povoado de “macacos”.
EFE
Atentado a Blair seria “moralmente justificado”, diz deputado
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