O Google está pronto para ajudar sites a exibirem anúncios em vídeo, o que coloca o líder das buscas na Web em concorrência direta com a televisão pela maior parcela do investimento publicitário. A empresa está tentando aproveitar o modelo de publicidade paga por clique que aperfeiçoou com os anúncios de texto para aplicá-lo ao mundo do vídeo.
A estratégia pode melhorar as chances de um mercado nascente no qual anúncios irritantes e não solicitados em vídeo atualmente desviam a atenção dos internautas e limitam a disposição dos anunciantes em investir nesse tipo de mídia. Os anúncios em vídeo do Google aparecem nas páginas da Web inicialmente como imagens estáticas em pequenas caixas semelhantes a telinhas de televisão.
Só quando o consumidor clica na tela o anúncio começa a ser exibido -em lugar de saltar da página sem aviso, como muitos comerciais online em vídeo fazem, o que dá aos usuários o controle sobre o quanto desejam ver a publicidade. “Estamos oferecendo um produto publicitário muito pouco invasivo”, disse Gokul Rajaram, gerente de produto da Google AdSense, que administra campanhas publicitárias na rede de sites afiliados ao Google. “Só os usuários que clicarem na publicidade verão o vídeo.”
O sistema AdSense gera cerca de metade da receita do Google, com o restante vindo dos sites da própria empresa. As novas propagandas em vídeo completam a linha oferecida pelo Google, com anúncios de texto, imagens estáticas, banners e animações em flash que funcionam nas bordas de página de sites que usam o Google como fonte de conteúdo publicitário.
O Google quer tornar a publicidade em vídeo tão simples de comprar quanto esses formatos existentes. Rajaram informou que os anúncios em vídeo serão introduzidos esta semana. Para facilitar aos anunciantes o uso do novo formato, o Google hospedará os anúncios em vídeo nos seus servidores, em lugar de forçar os clientes a fechar contrato com um provedor externo, como muitos sistemas de publicidade em vídeo fazem.
A publicidade em vídeo difere da estratégia dispersa da TV aberta, porque o Google promete que vai medir por quanto tempo cada usuário assiste aos anúncios clicados em um determinado site, antes de passar a outra página. “É muito bom para os anunciantes porque eles agora podem saber se o internauta está interessado”, disse Rajaram em entrevista por telefone.
Uma das aplicações para o novo sistema, é testar a eficácia de anúncios de TV na Web para saber quais são os melhores. O mercado de publicidade online cresceu 30% em 2005, para US$ 12,5 bilhões. Mas isso representa apenas 5% da quantidade investida por anunciantes norte-americanos em todas as mídias, incluindo jornais, rádio e TV, segundo dados do Internet Advertising Bureau. Os gastos dos EUA somente em publicidade na TV a cabo somaram US$ 18,9 bilhões no ano passado.
Reuters
