A Microsoft talvez precise reduzir preços ou procurar um acordo semelhante à parceria entre o Yahoo e o grupo de leilões online eBay para ganhar terreno no lucrativo mercado da publicidade online, afirmam analistas. Na quinta-feira, o gigante da mídia online Yahoo e o eBay anunciaram uma ampla parceria nos Estados Unidos, para reforçarem suas posições em meio à crescente competição com o Google e a Microsoft.
A parceria entre os dois gigantes do Vale do Silício, porém, não deve prejudicar imediatamente o Google, cuja posição dominante entre os serviços de buscas na Web torna impossível que empresas como o eBay o ignorem. “O acordo mostra que eles precisam ser mais criativos e procurar com mais agressividade essa base de anunciantes”, disse Martin Pykkonen, analista da Hoefer & Arnett. “Isso coloca mais ênfase em determinar se é possível chegar lá por conta própria ou se uma aliança é necessária.”
Sob os termos do acordo, o Yahoo se tornará o fornecedor exclusivo de publicidade gráfica no eBay, maior empresa do setor de comércio eletrônico, e oferecerá certos serviços de busca no site do eBay para conectar os usuários aos produtos pelos quais eles estão procurando. Em troca, o Yahoo promoverá o PayPal, popular site de pagamentos online do eBay, como maneira para que as centenas de milhares de sites afiliados do Yahoo e proprietários de pequenas empresas conduzam transações online.
Mas Bruce Richardson, analista da AMR Research, anunciou que seria difícil para o Google e especialmente para a Microsoft obterem uma parceria desse porte porque seus concorrentes não desejam tornar nenhuma das duas empresas mais fortes. O Google detém fatia estimada em 42% do mercado de buscas na Internet – a mais elevada na Web -, seguido pelo Yahoo com 28% e pela Microsoft com 13%.
Ao mesmo tempo, o domínio da Microsoft sobre sistemas operacionais de computadores pessoais e suas grandes reservas de caixa fazem dela um concorrente temível em quase qualquer segmento em que decida investir. Essa força torna os rivais cautelosos quanto a acordos com qualquer das duas empresas, por medo de que no futuro venham a ser engolidos pelo Google, que cresce rapidamente, ou pela Microsoft, disse Richardson.
Reuters
