A Organização das Nações Unidas (ONU) alertou hoje que a tarefa de ajudar os sobreviventes do terremoto de sábado na Ilha de Java, no qual morreram mais de 5 mil pessoas, é “uma corrida contra o tempo”. Funcionários de emergência e suprimentos estão chegando lentamente ao local, e agências da ONU e organizações assistenciais se reuniram em Genebra para coordenar mais auxílio humanitário para as áreas devastadas. Chuvas torrenciais fizeram as condições piorarem para os sobreviventes, e aumentou a atividade do vulcão Monte Merapi.
Vários residentes de áreas devastadas pelo tremor reclamam da falta de comida. “Temos 300 famílias em nossa vila e recebemos apenas dois sacos de arroz”, disse Lastri, de 27 anos, que, com uma criança de cinco meses em seus braços, implorava por ajuda nas redondezas da vila de Jamprip. “Recebemos comida e medicamentos do governo, mas não em quantidades suficientes”, afirmou, por sua vez, Suparno, um funcionário do município de Bantul. “Como conseguiremos distribuir 40 quilos de arroz a 1.200 pessoas?”, questionou ele.
Milhares de pessoas perambulavam hoje por estradas da zona de desastre, recolhendo tudo o que podiam carregar em seus braços. Muitos pediam dinheiro para comprar comida.
Os Estados Unidos, que prometeram um auxílio de US$ 2,5 milhões, afirmaram que 100 médicos e enfermeiras de seu corpo militar estavam a caminho juntamente com equipamentos médicos, laboratoriais e dentários. Entretanto, as avarias causadas pelo terremoto no principal aeroporto regional e o péssimo estado das vias locais atrapalham os esforços de ajuda.
De acordo com a agência da ONU para a Coordenação de Relações Humanitárias, que se reuniu em Genebra, até agora 22 países prometeram ajuda à Indonésia. A própria agência liberou cerca de US$ 100 mil para tentar manter os trabalhos de ajuda em marcha.
Hoje, o Ministério das Relações Sociais elevou o número de mortos para 5.137, afirmando que a nova cifra se refere a corpos que foram enterrados em valas comuns imediatamente após o tremor.
De acordo com números governamentais, cerca de 200 mil famílias estão desabrigadas, a maioria vivendo sob lonas improvisadas próximas às suas casas ou em tendas levantadas sobre arrozais.
O presidente indonésio, Susilo Bambang Yudhoyono, visitou vários desabrigados hoje e reconheceu “falhas na coordenação” da distribuição de ajuda. Ele conclamou os funcionários governamentais para que agissem com “mais agilidade”.
Vulcão – Num sinal preocupante, uma pesquisa científica realizada perto do Monte Merapi, que vem liberando gás e lava há várias semanas, indicou que sua atividade vulcânica aumentou após o terremoto. A Indonésia, o maior arquipélago do planeta, é suscetível a movimentos sísmicos devido a sua localização, no chamado “Anel de Fogo”, um arco de vulcões e falhas geográficas que circunda a Base do Pacífico. A Indonésia tem 76 vulcões, a maior quantidade em um único país do mundo.
Agência Estado
Ajuda para Indonésia demora a chegar, alerta ONU
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