Uma em cada sete pessoas sofre com rinite alérgica. A doença é uma das principais causas de obstrução respiratória, fazendo com que os portadores respirem pela boca. É bastante comum na população em geral e estima-se que, entre crianças de 6 a 7 anos, a incidência esteja próxima dos 20%. Nas crianças, chega a provocar mudanças no formato no rosto.
Rinite é uma inflamação da mucosa do nariz e pode ter várias causas. Embora não seja contagiosa, em sua forma alérgica é transmitida de pai para filho. As chances de pais alérgicos deixarem a herança para sua prole variam de 50% a 70%. O problema ocorre por um defeito na fabricação do anticorpo Imuniglobulina (IgE), responsável por combater algumas parasitoses.
Por estarem com o nariz constantemente entupido, as crianças que sofrem com rinite alérgica tendem a respirar pela boca e, com o tempo, este processo de repetição pode provocar deformidades faciais. “O problema ocorre porque o rosto da criança ainda está em formação e, ao respirar pela boca, o crescimento facial fica comprometido”, explica João Ferreira de Mello Júnior, chefe do Grupo de Alergia em Otorrinolaringologia do Hospital das Clínicas de São Paulo.
Para começar a desconfiar que a criança tem rinite alérgica é preciso detectar alguns sintomas, como roncar, ter dificuldades para se alimentar, viver com a boca aberta, babar no travesseiro e apresentar sinais de problemas no crescimento da face, características bastante comuns de quem tem a doença.
As faltas de diagnóstico e tratamento precoces são os principais entraves e levam a situações como as deformidades. Problemas funcionais também podem aparecer, como fala estranha e boca entreaberta. Quanto mais tarde for tratada a doença, menores são as chances de reverter o quadro. “Após os 12 anos, por exemplo, fica complicado. Nessa idade ela já está praticamente com a face adulta.”, informa Júnior.
Tratamento – Por ser uma doença crônica, não se costuma falar em cura. No entanto, os tratamentos disponíveis permitem um controle quase permanente da doença. Muitas pessoas vivem anos sem apresentar os sintomas, que podem reaparecer em situações onde o lado emocional é prejudicado ou quando existe alguma alteração hormonal.
Como explica o especialista do Hospital das Clínicas, a terapia para rinite alérgica é baseada em um tripé: “Higiene ambiental, medicamentos e vacina antialérgica. Seguindo todos os passos o paciente terá um controle. Em qualquer doença crônica é importante a vontade do paciente”, afirma Júnior. O tratamento pode se estender por alguns anos e a maioria das pessoas ficam livres dos sintomas e dos remédios.
Mais informações podem ser obtidas no site do Centro de Orientação Alérgica (Cora) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Também pode ser feito contato por e-mail ou carta. O endereço na internet é www.ocora.com.br .
Fonte: Estadão
Rinite: A alergia que muda o rosto das crianças
Uma em cada sete pessoas sofre com rinite alérgica
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