Depois das tensões na campanha de Geraldo Alckmin à Presidência da República, PSDB e PFL se esforçaram para encontrar um caminho consensual na estratégia política. Os dois partidos definiram buscar negociações com PPS, PP e parte do PMDB para ampliar o leque de coligações.
“Se nós pudéssemos, nós uniríamos toda a oposição, queremos uma ampla aliança. Por isso negociaremos com todos. Conversaremos com o senador Pedro Simon, com o deputado Roberto Freire, que temos grande admiração e com o PP, que já nos deu apoio no Rio Grande do Sul”, afirmou o Alckmin.
O conselho político da campanha de Alckmin definiu que os esforços serão concentrados nos Estados do Sul e Sudeste, onde Alckmin é uma figura mais conhecida. O ex-governador deve aumentar também a interlocução nos setores da sociedade insatisfeitos com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como o agropecuário.
Os dois pontos eram reivindicações do PFL. A avaliação política é que a exposição de Alckmin nos Estados do Norte e Nordeste não vinha contribuindo para a expansão nas pesquisas de intenção de votos. Os pefelistas queriam também que o ex-governador paulista não se limitasse a fazer críticas ao presidente Lula, mas apresentasse proposições da campanha para cativar aqueles que votaram em Lula em 2002 mas estavam dispostos a mudar o voto na eleição de outubro.
Ele aproveitou para fazer críticas ao governo do presidente Lula. “O PT tem projeto de poder e vamos mostrar que o Brasil pode crescer muito mais. Esse governo seria um pesadelo no segundo mandato”, afirmou o ex-governador paulista, lembrando as dificuldades sofridas pelo governo devido ao escândalo do “mensalão”.
A troca de farpas protagonizada pelas cúpulas dos dois partidos na semana passada foi condenada na reunião. Os senadores Arthur Virgílio (PSDB-AM) e José Agripino Maia (PFL-RN), líderes de ambos partidos, criticaram a exposição das discordâncias e reivindicaram que as críticas sobre os rumos da campanha sejam discutidas internamente não através da imprensa.
As cúpulas dos dois partidos fizeram uma avaliação política sobre o desempenho de Alckmin nas pesquisas de intenção de voto, em que mostram o crescimento da probabilidade de o presidente Lula ser eleito em primeiro turno. Avaliou-se que o ambiente foi muito negativo em maio e abril porque o PSDB não teve inserções publicitárias e pelas notícias negativas da onda de violência em São Paulo e o próprio crescimento da propaganda do governo. Um comitê de pefelistas e tucanos levantarão dados de quanto foi gasto pelas principais estatais na publicidade de governo.
“Não tenho problemas com críticas. Eu sempre aprendi com o meu pai uma frase de Santo Agostinho: prefiro os que me criticam e que me corrigem aos que me adulam e me corrompem. Se tem alguma crítica construtiva e pode ser aproveitada, vamos aproveitá-la. Se não puder ser, nós vamos ignorá-la”, afirmou o Alckmin.
Ficou definido ainda que no Rio de Janeiro Alckmin terá apenas um palanque, ou seja, ou haverá a desistência de Eider Dantas (PFL) ou do deputado Eduardo Paes (PSDB). O cenário ideal é garantir apoio de Sérgio Cabral (PMDB), favorito nas pesquisas, o que levaria a desistência dos dois. Os pefelistas garantiram que o prefeito Cásar Maia não será empecilho para apoiar Cabral, candidato de Anthony Garotinho e Rosinha Matheus.
“Agora a campanha começa para valer. Vamos elaborar um programa partidário, o projeto de governo de quatro anos. Vamos mostrar como o Brasil pode crescer muito mais, como podemos aumentar a inclusão social com emprego e educação”, afirmou Alckmin.
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PSDB e PFL querem ampliar aliança política para fortalecer Alckmin
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