Todo segundo domingo de cada mês, o analista de sistemas Luiz Marcelo de Conceição Simão, 22 anos, reúne amigos e parentes para distribuir alimentos e roupas em uma favela na Zona Sul. O trabalho faz parte da recém-criada ONG Tudoblue, da qual Luiz Marcelo é fundador e presidente.
A iniciativa do jovem funcionário de uma empresa de consultoria é uma espécie de reconhecimento pelo incentivo que recebeu para concluir o curso universitário. Ele foi o primeiro bolsista da ONG Vidabela, cuja missão é capturar recursos para investir no ensino universitário brasileiro, por intermédio de bolsas de estudos para jovens de baixa renda.
A ONG seleciona e elege candidatos já aprovados pelo vestibular e faz a ponte com os patrocinadores. Como contrapartida, os estudantes devem investir parte de seu progresso acadêmico e profissional para ajudar a comunidade onde cresceram.
Segundo Thomas Rideg, idealizador da entidade, a verba obtida para o custeio das bolsas é enviada diretamente para a faculdade ou universidade escolhida pelo aluno. “Isso é fundamental para garantirmos a credibilidade do nosso trabalho. Além disso, só oferecemos a bolsa quando temos certeza de que poderemos bancá-la até o final do curso. É uma responsabilidade muito grande.”
Uma das parceiras da Vidabela é a Fundação Gol de Letra, que indica os candidatos a bolsas universitárias. Podem participar jovens aprovados em qualquer curso superior, de qualquer instituição reconhecida pelo Ministério da Educação.
“Muitas ONGs trabalham pela educação infantil, mas poucas focam os jovens adultos. São eles quem podem fazer a diferença tanto nas suas famílias quanto nas suas comunidades, já que servem de exemplo” , analisa Thomas Rideg.
Tem sido assim com Luiz Marcelo, que desde o início soube valorizar a chance que teve: “Durante o tempo em que freqüentei o curso superior procurei aproveitar meus dias da melhor forma. Em pouco tempo consegui um estágio em uma consultoria de informática.”
Além dos conhecimentos acadêmicos, ele também aproveitou para se dedicar a trabalhos sociais e começou entregando alimentos a moradores de rua. A experiência foi a base para que Luiz Marcelo decidisse fundar sua própria ONG. “Reconheço a diferença que a Vidabela fez na minha vida, e quero também fazer diferença na vida de pessoas que estão passando por dificuldades”, afirma o analista de sistemas. [Jornal da Tarde]
Bolsas para universitários em troca de trabalho social
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