Em lados opostos pela primeira vez em 20 anos, os grupos de Tasso Jereissati (PSDB) e Ciro Gomes (PSB) disputam o apoio do PMDB no Ceará para as próximas eleições. Independentemente de quem vença essa disputa, será uma composição partidária inédita no Estado, desde a fundação do PSDB.
Para ter o PMDB e, especialmente, o ex-ministro e deputado federal Eunício Oliveira (Comunicações) no palanque, os tucanos ofereceram a vaga ao Senado e a vice na chapa do governador Lúcio Alcântara, que é pré-candidato à reeleição.
Por sua vez, os ciristas, que já fecharam a vice com o PT –na chapa em que um dos irmãos de Ciro, Cid Gomes, é pré-candidato ao governo–, ainda não garantiram ao PMDB a vaga ao Senado. Isso porque um outro aliado do grupo, Inácio Arruda (PC do B), também pleiteia o posto.
Além do tempo a mais na propaganda partidária e do apoio de prefeitos e outras lideranças em todo o Estado, o interesse pelo PMDB tem vistas no palanque de Lula, que poderia reforçar qualquer das duas campanhas estaduais.
Eunício, que controla o partido no Estado, já afirmou que em nenhuma hipótese votaria em Geraldo Alckmin (PSDB). Segundo interlocutores dele, porém, isso não o impediria de fechar um acordo com os tucanos cearenses.
Para os apoiadores de Lúcio, uma situação dessas não seria nada prejudicial nem uma novidade. Em 2002, Lúcio se elegeu no segundo turno com o apoio de uma chapa informal apelidada de “Lu-Lu”, uma abreviação de “Lula-Lúcio”, criada e defendida por Ciro. Na ocasião, o opositor ao tucano era o PT.
Apesar de conversar com o PSDB e de chegar a negociar até a possível composição de uma chapa, Eunício tem demonstrado mesmo preferência.
O que vem atrapalhando as negociações com o grupo é a oposição ao PMDB de uma parte importante do PT, liderada pela prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins.
Luizianne foi peça importante para levar até algumas alas mais à esquerda do PT a aceitar a aliança com Cid, que sempre foi defensor da política de Tasso no Estado, mas não demonstra interesse em ter no mesmo palanque o PMDB. Pelo contrário, sua disposição é de que Inácio seja o candidato ao Senado pela coligação.
Desde 1986, o PSDB domina a política cearense, sob a liderança de Tasso e Ciro. O PMDB, por outro lado, dominou o cenário político em Fortaleza, de 1990 até a derrota para Luizianne, em 2002. Durante todo esse tempo, tucanos e peemedebistas sempre foram oposição.
Fonte: Folha Online
PSB e PSDB disputam apoio do PMDB no Ceará
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