Ex-funcionários da empresa Planam, tida como responsável pela máfia das ambulâncias, trabalharam na Câmara dos Deputados, em Brasília, até este mês. Além disso, de acordo com reportagem publicada pela Folha de S.Paulo, Paloma Vedoin Brondani, uma sobrinha de Darci Vendoin, sócio-proprietário da empresa, atuou como assessora parlamentar nos gabinetes de dois deputados: Benedito Dias (PP-AP) de junho de 2003 até janeiro de 2004; e Sandra Rosado (PSB-RN), de maio de 2004 a junho de 2005.
Investigações na contabilidade da Planm e gravações de telefones apontam indícios de que parlamentares recebiam propina para incluir no Orçamento da União verbas destinadas à compra de ambulâncias para prefeituras. Depois de licitações forjadas, os veículos superfaturados eram comprados da empresa.
Há registros de pagamento ao deputado Nilton Capixaba (PTB-RO) – contra quem pesa a maior suspeita de participação no esquema dos sanguessugas -, ou a seus assessores de no mínimo R$ 380 mil entre 2001 e 2002. Dois ex-funcionários da Planam também trabalharam na Câmara, sob o comando de Capixaba.
Uma ex-funcionária do Ministério da Saúde, Maria da Penas Lino – suspeita de ser o braço da organização no Executivo – explicou o funcionamento da relação entre a empresa Planam e o Congresso. Quando era funcionária no gabinete de José Divino (PRB-RJ), disse que recebia R$ 600 como salário pelo gabinete e mais R$ 3,4 mil como complementação da Planam. O deputado nega qualquer irregularidade.
O esquema da máfia das ambulâncias veio a público no início de maio, quando a PF prendeu, entre mais de 40 pessoas, quatro integrantes da família Vedoin e dois ex-deputados. A Operação Sanguessuga da Polícia Federal indiciou até agora 54 pessoas, mas as investigações continuam.
Redação Terra
Câmara empregava funcionários de empresa suspeita
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