Alguns muçulmanos acreditam que as meninas deveriam usar um jilbab – um vestido longo islâmico tradicional -, o que prejudicaria a liberdade de movimentos.
A empresa de roupas esportivas Nike trabalhou junto com as meninas para encontrar algo apropriado e apresentou os modelos no ano passado.
De início, os líderes do acampamento rejeitaram os modelos, mas as meninas conseguiram convencê-los de que as vestimentas são adequadas.
O funcionário do Acnur (Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados), Olivier Delarue, que assistiu a uma das primeiras partidas de vôlei, disse que as meninas puderam escolher entre várias roupas e optaram pelas mais tradicionais.
Várias das mais de 127 mil pessoas que vivem em acampamentos no norte fugiram da Somália há 15 anos depois da deposição do presidente Siad Barre.
‘Distração’
A vida nos acampamentos é particularmente difícil para meninas e poucas conseguem alguma educação.
“Há muita intimidação e problemas na comunidade por causa da nossa cultura. Praticar esportes proporciona às meninas uma distração”, disse Adar Osman Horar, líder comunitária do acampamento de Dadaab.
Segundo ela, a atividade também as encoraja a continuarem sua educação pois os esportes estão ligados a escolas.
A Nike, que vem apoiando projetos educacionais em acampamentos nos útlimos três anos ao lado do Acnur, enviou quatro estilistas em junho passado para uma pesquisa de campo.
Qualquer modelo que mostrasse as formas do corpo não serviria. A vestimenta esportiva também tinha que ser confortável para atividades em clima quente.
Delarue disse que os líderes tradicionais acabaram “se convencendo de que o mundo está realmente andando para a frente e eles têm que ajustar suas idéias”.
FonTe: BBC Brasil