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Cidade de São Paulo abriga 433 espécies de animais

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São Paulo tem pelo menos 433 espécies diferentes de animais. O número inédito, fruto de 12 anos de estudos, foi consolidado com o mapeamento de 48 parques e áreas verdes da cidade –em terrenos municipais, estaduais e particulares.

Na lista estão preguiças, carpas, gaviões, rãs, gambás, tatus, furões, capivaras, veados, beija-flores, cágados, cobras, lagartos e preás, entre vários outros. Do total, há 25 espécies ameaçadas de extinção, como a anta, a onça-parda, a lontra, o jacaré-de-papo-amarelo e a araponga.

“Esse é um trabalho que vem sendo feito há muitos anos e mostra que mesmo a maior cidade do hemisfério Sul pode ter um esforço grande para manter a diversidade biológica”, diz o secretário do Verde e do Meio Ambiente, Eduardo Jorge.

As espécies foram identificadas a partir da observação com binóculos, por meio dos sons e de coletas. Além da Divisão de Fauna, o Museu de Zoologia da USP, o Instituto Butantã, o Centro de Controle de Zoonoses e o Instituto Adolfo Lutz trabalharam na identificação.

Não há inventário anterior, mas provavelmente há menos bichos hoje em razão de desmatamento e caça. “Não há mais registro de macaco monocarvoeiro e de onça-pintada, por exemplo. A Área de Proteção Ambiental Capivari-Monos, na zona sul, ganhou seu nome porque havia esse tipo de macaco no local”, diz a bióloga Anelisa Magalhães, 39, da Divisão de Fauna da secretaria municipal.

Segundo ela, porém, é possível ampliar o número de espécies da cidade com novos estudos, principalmente sobre invertebrados e peixes, que não foram priorizados. “Foram incluídas apenas nove espécies de peixes no inventário. O número tende a crescer porque estamos mapeando melhor, não porque novas espécies aparecerão.”

O levantamento facilita a tomada de decisão sobre onde colocar os animais recebidos de apreensões ou bichos machucados que podem ser devolvidos à natureza. Por meio dele já se saberá em que local o bicho será bem-vindo e terá comida.

Ajudará também empresas e o poder público quando precisarem detalhar o impacto ambiental para aprovar um empreendimento. Na realidade, o mapeamento parcial já foi utilizado nos estudos do Rodoanel e para a confecção do “Guia de Aves do Parque Ibirapuera”.

Para a bióloga, a cidade também pode ser mais bem pensada com os dados obtidos. “Se sabemos que no parque Ibirapuera há mais pássaros frugívoros que insetívoros, podemos ampliar ou substituir a vegetação por uma mais adequada.”

Bugios

O inventário também será uma ferramenta para promover a reintrodução dos macacos bugios na natureza. Eles têm sido expulsos da região da serra da Cantareira, na zona norte, por favelas e condomínios de classe média e alta. A idéia é realocar os casais –alguns até com filhotes– em Parelheiros, na zona sul da cidade. “O habitat é o mesmo, a mata atlântica”, argumenta o secretário.

A lista completa dos animais deve ser publicada no “Diário Oficial” da Cidade no próximo sábado. Eduardo Jorge apresenta o inventário na próxima segunda, Dia do Meio Ambiente, no parque Ibirapuera.


Folha de S.Paulo

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