O Metrô e a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) deixam de vender nesta quinta-feira o bilhete múltiplo de dez viagens. A medida atinge também o corredor de trólebus São Mateus-Jabaquara.
Com o fim do bilhete, o governo extingue o desconto de R$ 1 –cerca de 5%– que os usuários tinham ao comprar o múltiplo. O bilhete era vendido por R$ 20. Cada passagem unitária custa R$ 2,10.
De acordo com a Secretaria dos Transportes Metropolitanos, a medida foi tomada devido à queda do interesse do usuário no múltiplo. No Metrô, 17,6% dos passageiros pagantes usavam esse tipo de bilhete em outubro de 2005, número que caiu para 13% em maio deste ano.
Ao mesmo tempo, o número de usuários do bilhete único nos trens e metrô vem aumentando. Segundo a secretaria, 30% dos passageiros pagaram a passagem dessa forma no mês de maio, número que deve atingir 50% a curto prazo, conforme projeção da secretaria. Com o bilhete, o usuário pode fazer duas viagens de ônibus na cidade de São Paulo e uma de Metrô, no período de duas horas, pagando R$ 3. Sem usar cartão no Metrô, o valor seria de R$ 4,10.
Fraudes
Outro motivo alegado pelo governo para o fim do múltiplo é o alto índice de fraudes, principalmente a clonagem de bilhetes. Nas linhas da CPTM, onde o problema é maior, foram registrados 84 casos neste ano. Em 2005, foram 387 casos e 63.446 bilhetes apreendidos.
Descontos
No ano passado, o governo também extinguiu o desconto no bilhete múltiplo de dois e acabou parando de vendê-lo meses depois. O múltiplo de dez resistiu, mas ficou mais caro. Entre janeiro de 2003 e janeiro de 2005, o valor do bilhete subiu de R$ 12,50 para R$ 20, que representa aumento de 60%. No mesmo período, o bilhete unitário subiu 31,25%.
Folha Online Com Folha de S.Paulo
Governo acaba com múltiplo de 10 em linhas do Metrô e CPTM
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