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Inaugurada sinagoga em Dagania, primeiro kibutz socialista

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A inauguração de uma sinagoga em Degania, o primeiro kibutz criado por onze socialistas judeus em 1911, seis anos antes da Revolução Russa, causou hoje grande rebuliço entre os velhos pioneiros do sionismo socialista.

“Esta é uma distorção da história”, disse Ruth Shadmon, diretora de um museu do kibutz vizinho Ashdot Yaacov.

“Uma sinagoga em Degania, a insígnia dos pioneiros socialistas, é um bofetada contra tudo aquilo que acreditávamos”, acrescentou.

Em Degania, junto ao lago de Genesareth, em Tiberíades, as reações foram mais conservadoras.

“Esta não será uma sinagoga como a dos fundamentalistas do (partido ultra-ortodoxo) Shas”, disse aos jornalistas o secretário do kibutz, Shai Shoshani.

“Os fundadores”, procedentes da Rússia czarista, “eram membros de famílias judaicas religiosas, mas não levantaram uma sinagoga”, argumentou Shadmon.

Shoshani disse que a assembléia de Degania, responsável por adotar as decisões da comunidade, não discutiu o assunto.

A instalação do templo em um kibutz “é um absurdo”, insistiu Shadmon. “Os pioneiros de Degamia (dez homens e uma mulher) deram as costas à religião – sua religião era o trabalho”, acrescentou.

“Foi como se tivessem colocado um arado dentro de uma sinagoga”, disse outro crítico, Muki Tsur, ex-secretário-geral de um dos três movimentos que reúnem os 350 kibutz de Israel.

Os pioneiros de há quase um século “hastearam a bandeira do laicismo, embora tenham mantido seus vínculos emocionais com as tradições e as festividades judaicas, com as Sagradas Escrituras e com as datas festivas do Estado de Israel”, disse Shadmon.

A diretora do museu de Degania, Amalia Ilan, disse que a construção da sinagoga no kibutz, então um modelo mundial para o movimento socialista, é um “sinal da mudança dos tempos”, em referência – entre outros – ao fato de que grande parte dessas colônias coletivas tenha recorrido à privatização.

“A sinagoga não será um seminário rabínico, mas um lugar de reunião para que sejam realizadas as festividades religiosas e a explicação sobre a história de Degania. Será um centro pluralista, para um amplo entendimento entre as pessoas”, afirmou Shoshani.


EFE

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