O primeiro-ministro francês, Dominique de Villepin, afirmou nesta quinta-feira que “as regras republicanas devem ser cumpridas”, ao ser questionado, em entrevista coletiva, sobre a expulsão de alunos que estão ilegais quando terminar o período escolar.
“É um tema difícil e doloroso”, reconheceu o chefe do Governo conservador, em sua entrevista coletiva mensal, que pela primeira vez foi realizada fora de Paris.
Mas, após dizer que é importante que os alunos possam terminar o curso, defendeu que as regras da República não estão suspensas e “devem ser respeitadas”.
No próximo dia 30 termina o prazo definido pelo Ministério do Interior para que alunos ilegais e suas famílias continuem na França, antes que sejam aplicados os procedimentos de expulsão.
“Fazer uma exceção em um período particular é normal. A República é humana e leva em conta situações sociais, mas isso não quer dizer que a regra republicana deva ser desrespeitada”, afirmou Villepin.
Com a aproximação do fim do prazo, a organização Educação Sem Fronteiras está criando ou ativando comitês de apoio para acolher ou apadrinhar os alunos ameaçados de expulsão.
Villepin argumentou que uma sociedade deve ser capaz de tomar decisões, definir princípios e “ater-se” a eles, antes de sentenciar que esta regra será imposta a todos.
Por outro lado, o premier defendeu que o Parlamento adote o projeto de lei de imigração antes do meio do ano. O principal responsável é o ministro do Interior e líder do partido conservador governante UMP, Nicolas Sarkozy.
O projeto de lei, votado em primeira discussão pelos deputados e que precisa ser aprovado no Senado, responde ao conceito de “imigração escolhida”, e não “sofrida”, defendida por Sarkozy.
A proposta aumenta o rigor nas condições para reunificação familiar e obtenção de vistos de permanência e naturalização de estrangeiros casados com franceses.
Além disso, elimina a regularização automática dos ilegais que estão há mais de 10 anos na França, ao mesmo tempo que oferece vistos especiais que possam beneficiar o dinamismo econômico e a projeção internacional da França.
O projeto de lei foi denunciado pelas associações de defesa dos imigrantes e direitos humanos e pelas principais igrejas, além de receber críticas da oposição de esquerda.
EFE
