Ramala, 5 jun (EFE).- O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, afirmou hoje que não permitirá “nenhuma mudança” no Documento para a Reconciliação Nacional, o plano dos prisioneiros palestinos para a paz com Israel.
Abbas fez tal declaração após reunir-se esta manhã com o alto representante de Política Externa e Segurança Comum da União Européia (UE), Javier Solana, na Muqata, a sede do governo em Ramala.
O plano dos prisioneiros, elaborado por representantes do Movimento Fatah e do Movimento Islâmico Hamas, aprofundou as divergências entre o presidente da ANP e seu primeiro-ministro, Ismail Haniyeh, que por enquanto se nega a adotá-lo, pois se veria obrigado a reconhecer implicitamente o Estado de Israel.
Solana, que se reuniu com o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, antes de viajar para Ramala, 15 quilômetros ao norte de Jerusalém, informou a Abbas dos trâmites do Quarteto de Madri para montar um mecanismo a fim de retomar a transferência de dinheiro à ANP sem que chegue ao Governo do Hamas.
Desde que o primeiro-ministro Haniyeh assumiu o poder, no fim de março, a UE, o principal doador da ANP, e os Estados Unidos, que consideram o Hamas uma organização terrorista, deixaram de transferir fundos ao Governo palestino.
O novo mecanismo permitirá, segundo uma resolução adotada semanas atrás pelo Quarteto, entregar os fundos diretamente a Abbas, com quem Olmert deve reunir-se em um futuro próximo.
Israel também suspendeu a transferência do valor do que arrecada como agente de retenção de impostos da ANP “para que os fundos não cheguem às mãos dos terroristas”.
Após reunir-se com o presidente palestino, Solana retornou a Jerusalém para reunir-se com o ministro da Defesa de Israel, Amir Peretz, com o vice-primeiro-ministro, Shimon Peres, e com a titular de Assuntos Exteriores, Tzipi Livni, antes de viajar ao Irã.
Fonte: Uol
