Política

Pais do Bolsa-Família são FHC e ACM, diz Alckmin

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Geraldo Alckmin, pré-candidato do PSDB à Presidência, afirmou ontem, na Bahia, que o Bolsa-Família é criação do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA). Também elogiou o Plano Real e disse que a moeda e a rede de proteção social são as melhores realizações do governo FHC. Na Bahia, PFL e PSDB são adversários, e Alckmin optou pelo PFL.

Quem guiou o tucano na visita ao Estado foi o governador Paulo Souto e o candidato à reeleição ao Senado pelo PFL, Rodolfo Tourinho. ACM não foi, segundo o PFL, porque tinha compromissos em São Paulo. O PSDB também tem um pré-candidato ao Senado na Bahia, Antonio Imbassahy.

No sudoeste da Bahia, em visita à cidade de Guanambi (a 546 km de Salvador), que tem 75 mil habitantes, Alckmin disse: “Vamos manter os programas sociais, porque eles nasceram conosco, no governo do presidente FHC, como o Bolsa-Escola, o Bolsa-Alimentação, o Vale-Gás. Eles foram unidos no Bolsa-Família. Vamos manter, aperfeiçoar e ampliar”.

Em seguida, elogiou ACM. Disse que toda a rede de proteção social “se originou por um baiano, o senador Antonio Carlos Magalhães, que criou o fundo de combate à pobreza, e foi o fundo que criou o recurso para se dar o primeiro passo para a criação de uma rede de proteção social”. A rede de proteção social de FHC tomou forma em 2001, com o Projeto Alvorada. O Fundo de Erradicação da Pobreza (nome oficial do fundo criado por ACM) foi aprovado pelo Congresso em 2000. Alckmin também voltou a atacar Lula.

Disse que o presidente é um “abusado” por usar o avião presidencial para inaugurar obras pelo país, fazendo campanha. Disse que “essas coisas rompem o critério jurídico da razoabilidade”.

O tucano também criticou a propaganda governamental. Afirmou que, enquanto Lula se vangloria por ter criado o Bolsa-Família, deveria se envergonhar por ter inventado o “Bolsa-Juros”: “Para o Bolsa-Família, R$ 10 bilhões. Mas, para o Bolsa-Juros, R$ 156 bilhões.”

No sábado à noite, no clima de Copa do Mundo, Alckmin disse em Petrolina (PE) que o presidente Lula deve virar “reserva”. “Ele já teve sua oportunidade. Agora, tem que ir para o banco de reservas, dar oportunidade para um time novo.” Com ironia, ainda na metáfora futebolística –um dos recursos preferidos de Lula–, o tucano afirmou que não era possível “em quatro anos [o presidente] não ter feito nada” na educação, área usada pelo petista, nos últimos dias, para atacar a oposição.

Alckmin atacou Lula usando a análise das contas do governo federal pelo Tribunal de Contas da União, segundo o qual não foi cumprido o percentual mínimo de gastos com a erradicação do analfabetismo e o ensino fundamental. “O governo é reincidente, porque em 2004 também não aplicou. É só discurso.”

Anteontem, em Santo André (SP), Lula assumiu a responsabilidade de fazer “o milagre da educação no país” e voltou a apelar para o sentimento da esperança, uma das marcas de sua campanha em 2002.

Forró

Na noite de sábado, Alckmin foi barrado com sua comitiva por cinco minutos na entrada de um show de forró em Petrolina. Seguranças questionaram a falta de um carimbo no pulso –era a senha de acesso ao setor de mesas, onde o grupo queria entrar.

O impasse acabou com a ajuda do ex-prefeito da cidade Guilherme Coelho (PFL). Chamado ao palco por um cantor para aprender forró, recusou o convite. “Ainda sou do tempo do dois pra lá, um pra cá”, disse o tucano. Antes, jantou no Bodódromo, pólo gastronômico da cidade. Lá, foi abordado por uma mulher com uma criança e deu R$ 2 de esmola. Um assessor entregou o dinheiro a ele.

No menu, calabresa de bode, carneiro na brasa, pirão de bode, feijão verde, purê de macaxeira e macaxeira assada. “É uma cozinha muito gostosa”, disse. Dos pratos da região, disse só não apreciar buchada de bode. “Não estou acostumado.”

Fonte: Folha Online

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