O Dia das Crianças é 12 de outubro. Mas, mesmo já tendo passado dessa fase, tive um presente antecipado: no dia 11, me diverti com o VW Polo GTI, um “brinquedo” tentador que está chegando ao Brasil. Trata-se de um carro compacto, leve (pesa apenas 1 164 kg) e equipado com um motor 1.8 turbo de 150 cv e 22,4 kgfm de torque — o mesmo do Golf GTI nacional, mas com 30 cv a menos.
A “festa”, porém, ficou restrita à loja (ou melhor, à pista). E é isso que poderá acontecer nas concessionárias Volkswagen. Afinal, por R$ 99 800, o esportivo da linha Polo será como aquele videogame de última geração que a molecada sonha: ficará na vitrine para todo mundo babar, mas apenas poucos felizardos poderão levar um para casa.
A montadora, claro, está ciente disso. Os GTI serão importados da Alemanha apenas sob encomenda, com pacote fechado de equipamentos. O preço restritivo, porém, não foi empecilho para vender o primeiro lote de 30 unidades. A empresa garante que, com exceção dos carros reservados à imprensa e ao departamento de marketing, o restante já foi comercializado. A idéia é fortalecer a imagem do Polo. Na prática, a VW pretende que o consumidor entre na concessionária para ver o GTI e acabe adquirindo a versão 1.6, de R$ 40 000.
Mas vamos acelerar o esportivo. Antes, vale reparar no visual invocado dele, inspirado no Golf GTI europeu. As belas rodas aro 16”, a grade dianteira preta, a dupla saí da de escape e a carroceria de 2 portas for mam um conjunto que instiga a acelerar fundo só de olhar.
Por dentro, a atenção ao motorista é total: bancos tipo concha, pedaleira esportiva e volante forrado de couro, com costura em vermelho e o logotipo GTI. Afivelo o cinto (também com detalhe vermelho) e encontro facilmente a melhor posição para dirigir.
Dada a partida, o motor ronca como se fosse de maior cilindrada. Tudo como honra a tradição dos GTI. O engate da 1ª marcha denuncia que o câmbio ficou mais duro que o da versão 1.6, mas ainda é bastante preciso nas trocas. Desativo o ESP, elevo o giro para 6 500 rpm e libero a embreagem. O Polo “lixa” o asfalto na hora e logo pede marcha superior, cravando os 100 km/h em 8s6, na 3ª marcha.
Sem aliviar o acelerador, sigo rasgando a reta da pista da TRW e supero os 400 m em 16s2, a mais de 140 km/h. A curva se aproxima e a velocidade já supera a marca de 200 km/h quando “convoco” os quatro discos de freio (com pinças vermelhas) para trabalhar. Sem sustos, o GTI diminui enquanto reduzo as marchas, deixando antever o bom resultado no teste de frenagem: 26,4 m de 80 km/h até a imobilidade.
A frenagem também evidenciou a modificação feita na suspensão, que foi re baixada em 15 mm e teve o conjunto de molas e amortecedores enrijecido. Para completar, as rodas aro 16” vestem pneus Dunlop de perfil baixo, 205/45 R16, adequados à pro posta do hatch. Por conta das poucas curvas na pista de testes, farei um comentário mais preciso sobre a estabilidade em uma avaliação futura.
Mas pude notar que se trata de um carro “na mão”, embora a suspensão pudesse ser mais firme em altas velocidades. Afinal, 180 km/h é um ritmo de passeio para este GTI. A VW informa máxima de 216 km/h.
Em curvas fechadas, há uma tendência de escapar de frente, principalmente se o acelerador estiver em pleno uso. Vale dizer, porém, que o GTI não é bruto. A “entrada” do turbo (que opera com 0,67 bar de pressão) é gradativa e a aceleração, uniforme. Por se tratar de um motor de 5 válvulas por cilindro e turbocomprimido, seu melhor rendimento surge próximo da “redline” do conta-giros. E pode esticar as marchas até quase 7 000 rpm que o propulsor responde.
Na retomada, ele mostrou bom fôlego, gastando 7s8 na prova de 80 a 120 km/h. Após meu Dia das Crianças antecipado, cheguei a uma conclusão: o Polo GTI é um dos melhores presentes que se pode ganhar. Mas desembolsar R$ 99 800 em um brinquedo…
Fonte:Terra