O Papa Bento XVI afirmou hoje que o casamento e a família estão em "uma crise profunda" e que a sociedade européia vive um processo de "descristianização".
Segundo o líder da Igreja Católica, este processo fica refletido no aumento do número de divórcios, na realização de abortos e nos casamentos homossexuais.
Bento XVI afirmou isto durante uma mensagem para os bispos da Suíça, os quais recebeu hoje em visita "ad limina" – que os prelados de cada país realizam a cada cinco anos ao Papa.
Na mensagem, Joseph Ratzinger combateu o relativismo religioso e a secularização que, na sua opinião, tomam conta da sociedade européia.
"A Igreja do país de vocês enfrenta desafios ligados à situação cultural e pastoral que é em grande parte a mesma de toda Europa ocidental", declarou.
Ele acrescentou que "o progresso da secularização e do relativismo levam não só à diminuição da freqüência dos sacramentos", entre os quais citou a missa dominical, "mas também colocam em dúvida os valores morais propostos pela Igreja".
"Penso em particular na profunda crise da instituição do casamento e da família, no crescente número de divórcios e de abortos e na possibilidade das uniões entre pessoas do mesmo sexo: tudo isto constitui um sinal evidente da descristianização", afirmou o líder da Igreja Católica.
Para Ratzinger, muitas pessoas "vivem como se Deus não existisse", o que faz com que a voz dos bispos da Igreja Católica seja "mais necessária do que nunca".
Bento XVI reconheceu que "inclusive entre católicos praticantes se nota um enfraquecimento da fé" e afirmou que para os bispos deve ser "uma experiência dolorosa ver fiéis, e infelizmente em alguns casos até a sacerdotes, que colocam em dúvida os pontos da doutrina e da disciplina da Igreja".
"Alguns tomam como seu o direito de escolher, em matéria de fé, as doutrinas que, segundo eles, são admissíveis e aquelas que podem ser contestadas", declarou o Papa, que estimulou os bispos a "convidarem" os fiéis "a aceitarem plenamente o ensino da Igreja".
O líder da Igreja Católica afirmou que a preocupação com "a diminuição do número de sacerdotes" levou muitos religiosos a pedirem a colaboração dos fiéis não ordenados, especialmente na Suíça.
"A importância do papel dos laicos não deve, no entanto, levar a subestimar o Ministério absolutamente indispensável dos sacerdotes pelo caminho da Igreja, chamados a guiar o povo de Deus", concluiu Ratzinger.
EFE