Pesquisa divulgada ontem pela organização não-governamental Transparência Internacional mostra que o país teve uma "piora significativa" no nível de corrupção. Na pesquisa do ano passado, o Brasil ficou em 62º lugar em uma lista de 159 países. Agora, caiu para 70º, em 163 nações pesquisadas.
A ONG Transparência Brasil avaliou os resultados de 154 países que aparecem nas duas pesquisas e constatou que o Brasil caiu cinco posições em relação ao ranking do ano passado.
De acordo com o Índice de Percepções de Corrupção, o Brasil tem 3,3 pontos, bem mais próximo do último colocado, o Haiti (1,8 ponto), do que dos três que estão no topo da lista – Finlândia, Islândia e Nova Zelândia, com 9,6 cada um, diz a reportagem de Marco Aurélio Canônico.
Levando em conta apenas os 154 países que aparecem nos índices dos dois últimos anos, o Brasil caiu cinco posições em relação ao levantamento de 2005. Passou de 61º a 66º. "Brasil, Cuba, Israel e Estados Unidos estão entre os países com uma piora significativa nos níveis de corrupção percebidos", afirma o comunicado oficial da organização.
O ranking da Transparência Internacional é feito anualmente desde 1995, colhendo opiniões de pessoas ligadas direta ou indiretamente a negócios internacionais sobre a corrupção nos setores público e privado de um grupo de países.
O diretor-executivo da Transparência Brasil, Claudio Weber Abramo, considera que a piora da percepção internacional está ligada aos escândalos políticos no último ano – como o do mensalão e o da máfia dos sanguessugas. "Parece-me que os escândalos do ano passado foram determinantes nessa queda do Brasil, porque tiveram muita repercussão internacional", disse ele à Folha de S. Paulo.
Entre os países da América do Sul pesquisados, o Brasil aparece em quarto lugar, atrás do Chile (20º), do Uruguai (28º) e da Colômbia (59º). O país com a pior percepção de corrupção no continente é a Venezuela (138º). A pesquisa mostra uma associação direta entre pobreza e corrupção: têm pontuação abaixo de 5 quase todos os países da África e de outras nações com alta proporção de pobres.
Fonte: Congresso em Foco