Dependendo da decisão da liminar que deve sair ainda nesta quarta-feira (8), os médicos cooperados podem paralisar as atividades a partir da próxima segunda-feira (13) nos hospitais públicos estaduais e municipais da Paraíba. O secretário de Saúde do Estado, Geraldo Almeida, está em Brasília acompanhado o julgamento que corre no Supremo Tribunal Federal. “Queremos que a justiça permita o atendimento enquanto organizamos as formas alternativas para que a população não seja prejudicada”, disse.
Almeida informou que se o recurso não for acatado, o atendimento a comunidade será através de contratos individuais e prestação de serviços. Os cooperados atendem em cinco hospitais do Estado: Arlinda Marques, Santa Isabel, Frei Damião e Hospital de Emergência de Campina Grande. Segundo o secretário, o percentual de médicos cooperados representa 70% nesses locais de atendimento público.
Cumprindo a decisão judicial, os médicos garantem que não há mais nada a fazer e que infelizmente, a população será prejudicada, uma vez que a maioria dos atendimentos nesses hospitais é proveniente das cooperativas.
Segundo assessoria, as seguintes categorias deixarão de atender: cirurgiões, anestesistas, traumatologistas, ortopedistas, pediatras e ginecologistas.
O presidente da Cooperativa dos Ortopedistas (Coort), Rômulo Castro, disse que atualmente 56 ortopedistas atendem em hospitais públicos do Estado. Ele acredita que a população será a mais prejudicada. “Atendemos em média 300 pessoas por dia no hospital Santa Isabel”, destacou.
Caso a medida não seja cumprida, o valor da multa é de R$ 5 mil para cada cooperativa médica. “Não há possibilidade de descumprirmos com a decisão judicial”, garantiu Rômulo.
O impasse começou em abril através de uma decisão do Ministério do Trabalho que pedia a interrupção das contratações de médicos cooperados nos hospitais públicos municipais e estaduais.
Segundo assessoria, o governo do Estado entrou com um recurso no Supremo Tribunal Federal (STF) e aguarda resposta.
Em João Pessoa, é alto o número de médicos cooperados. No Hospital de Trauma, por exemplo, 80% de médicos que trabalham através de cooperativas. “Infelizmente os contratos serão desfeitos e não aceitaremos a proposta de contratos individuais que apenas enfraquece a categoria”, finalizou o presidente.
Valéria Sinésio
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