WASHINGTON – O democrata Jim Webb foi declarado vencedor da eleição para senador do estado da Virgínia, um resultado que dá ao seu partido o controle tanto da Câmara como do Senado americanos, com 51 das cem cadeiras, informou nesta quarta-feira (8) a rede de televisão "NBC". Os democratas vão comandar as duas casas do Congresso dos EUA pela primeira vez em 12 anos.
EUA: democratas retomam controle do Congresso
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Virgínia era o último estado-chave na disputa pelo controle do Senado, após as vitórias democratas em Ohio, Pensilvânia, Rhode Island, Missouri e Montana.
Na verdade, os democratas contarão com 49 cadeiras no Senado, o mesmo número dos republicanos, mas terão a vantagem com o apoio dos senadores independentes por Connecticut, Joseph Lieberman, e Vermont, Bernie Sanders.
Webb, veterano da guerra do Vietnã, foi secretário na administração Reagan, e trocou o partido republicano pelo democrata como forma de se opor a Bush e à guerra no Iraque.
O novo senador obteve uma vantagem modesta, de cerca de sete mil votos num colégio eleitoral de 2,3 milhões, sobre seu rival George Allen, o sexto senador do partido republicano derrotado nas eleições de terça-feira. Desde a manhã, Webb já vem se proclamando senador eleito no Estado de Virgínia, mas Allen relutava em reconhecer a derrota. O impasse se prolongou durante a maior parte do dia.
A rede de televisão "CNN" disse que Allen esperaria o fim da apuração, mas fontes ligadas ao senador republicano afirmaram que ele não pediria uma nova recontagem.
A vitória dos democratas no Senado torna ainda mais dura a derrota do partido republicano nas eleições americanas. Além da Presidência da Câmara de Representantes e da liderança no Senado, o partido também deve comandar as comissões que elaboram os projetos legislativos e supervisionam áreas como o funcionamento das Forças Armadas, a política externa e o Orçamento.
Como resultado imediato do pleito, o Secretário de Defesa norte-americano, Donald Rumsfeld, renunciou ao cargo. Ele foi o principal articulador da invasão dos Estados Unidos ao Iraque, uma das questões que mais motivaram a vitória democrata.
Iraque
Desde o início da campanha eleitoral a guerra no Iraque foi um dos principais trunfos da oposição democrata para criticar o governo Bush. E nem bem os votos haviam terminado de ser computados o assunto dominou o debate político nos Estados Unidos.
A deputada eleita Nancy Pelosi foi a porta-voz democrata no pós-eleição e disse que o país votou exigindo mudanças. Criticou com firmeza a condução da guerra no Iraque (onde há hoje 144 mil soldados norte-americanos), e pediu a demissão de Rumsfeld, no que foi prontamente atendida.
"Os americanos foram muito claros: é necessária uma mudança de direção no Iraque. Continuar (com a política atual) não torna nosso país mais seguro, não honra nosso compromisso com nossos soldados e não reforça a estabilidade na região" do Oriente Médio, afirmou Pelosi num discurso no comando da campanha democrata em Washington.
Fonte: Globo.com / agências.