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Brasil cai em ranking de investimentos estrangeiros

O Brasil caiu em 2005 na lista dos países que mais receberam investimento estrangeiro, num estudo da IBM, ficando em décimo terceiro lugar, sob o critério de to

O Brasil caiu em 2005 na lista dos países que mais receberam investimento estrangeiro, num estudo da IBM, ficando em décimo terceiro lugar, sob o critério de total de projetos. No ano anterior, estava em sexto. Ficaram à frente do Brasil países como a Polônia, Cingapura, Rússia, Vietnã e República Checa. China e Índia foram os que mais receberam investimento externo nos dois anos, apesar de ambos terem enfrentado também redução de investimentos. O estudo não leva em conta fusões e aquisições e a abertura de escritórios comerciais.

Na América Latina, o Brasil ficou em primeiro lugar entre os países que mais receberam projetos de investimento. Em segundo ficou o Chile, que ocupou o lugar do México, em terceiro no ano passado. O Chile foi o país latino-americano que fez mais marketing no exterior sobre a sua modernização, explicou Lozinsky. Ele melhorou o sistema de educação e foi agressivo na busca de acordos comerciais com outros países. R.C.

O resultado sobre o Brasil representa uma luz amarela, afirmou o líder de estratégia para a IBM América Latina, Sérgio Lozinsky. Os países precisam ter um plano de atração de investimentos, como as empresas traçam estratégias para atrair clientes. A China e a Índia colhem agora os resultados de um trabalho de 20 anos. Além disso, esses países têm a vantagem do mercado interno, apesar de deficiências em infra-estrutura. Não importa se existem lugares sem água na Índia, pois eles têm uma classe média de 300 milhões de pessoas.

Apesar de ter ficado em décimo terceiro no número de projetos que atraiu, o Brasil ficou em quinto no volume de investimentos externos, depois da China, da Índia, do Reino Unido e dos Estados Unidos. O estudo não tem dados do ano anterior para comparação, no que diz respeito a volume de investimentos. O Brasil ficou a frente da Rússia, o quarto país que faz parte do grupo chamado BRIC, sigla de Brasil, Rússia, Índia e China.

A Índia, que construiu uma imagem favorável no exterior para o setor de tecnologia. Todas as multinacionais de tecnologia têm uma quantidade significativa de indianos, em várias partes do mundo, disse Sérgio Lozinsky, IBM. Isso dá visibilidade, atrai investimentos e abre portas para as exportações indianas.

As empresas não buscam mais mão-de-obra barata, afirmou Lozinsky. Os serviços estão fazendo a diferença. Determinados projetos privilegiam a qualificação. A China e a Índia privilegiam a formação de um grande contingente de engenheiros e cientistas. Os projetos externos não são mais fábricas de brinquedos e eletroeletrônicos de segunda categoria.

A terceirização de serviços, em áreas como tecnologia da informação, saúde e centrais de atendimento, tem exigido trabalhadores mais qualificados. As multinacionais têm transferido para outros países inclusive atividades de pesquisa e desenvolvimento. A China foi o país que mais recebeu projetos de pesquisa, seguida da Índia, dos Estados Unidos, do Reino Unido e da França. O Brasil nem apareceu entre na lista dos 15 principais destinos de investimento em pesquisa e desenvolvimento.

Não existem mais dois mundos, um desenvolvido e outro em desenvolvimento, afirmou o consultor da IBM. A França compete com o Vietnã. As empresas analisam hoje o destino dos investimentos de uma maneira muito mais ampla. O estudo identificou oito setores importantes: serviços de negócios, serviços financeiros, veículos automotores, eletrônicos, tecnologias da informação e da comunicação, alimentos e bebidas, farmacêuticos e química básica. O Brasil ficou entre os cinco principais países somente em química básica. A China, a Índia e os Estados Unidos apareceram nos oito itens.

Para Lozinsky, o estudo pode ajudar a identificar setores em que o País precisa melhorar. Precisamos ser mais marqueteiros, desenhar um plano estratégico amplo para o País, incentivar a sociedade a investir mais em educação e ter mais intercâmbio de pessoas com o exterior, apontou o consultor. 


Fonte:
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