Mais de 1.100 delegados da Cúpula Global do Microcrédito se comprometeram hoje por escrito a proporcionar o acesso a créditos a 175 milhões de famílias em extrema pobreza e assegurar que 500 milhões de pessoas sairão da pobreza absoluta até 2015.
Os delegados assinaram a declaração durante o segundo dia da Cúpula Global do Microcrédito, realizada na cidade canadense de Halifax até 15 de novembro. Cerca de 2.300 delegados assistem às conferências, entre eles o prêmio Nobel da Paz deste ano, o bengalês Mohammed Yunus.
"Nós nos comprometemos a trabalhar com a Campanha da Cúpula do Microcrédito para buscar e implementar metodologias adequadas para medir o progresso de nossos clientes acima da barreira de US$ 1 ao dia e informar anualmente a campanha sobre as conclusões", afirma a declaração.
As pessoas que vivem com menos de US$ 1 ao dia são consideradas imersas na pobreza absoluta. Calcula-se que atualmente 1,2 bilhão de pessoas no mundo todo estejam nesta situação.
Mohammed Yunus, que obteve o prêmio Nobel por sua vida dedicada a proporcionar aos mais pobres de Bangladesh o acesso ao sistema financeiro, afirmou hoje em entrevista coletiva que os microcréditos são fundamentais para a erradicação da pobreza mundial.
"Se os mais pobres não têm acesso a seu primeiro dólar, não serão capazes de gerar outro dólar", ressaltou.
Em Bangladesh, um dos países mais pobres do mundo, 80% das famílias mais pobres têm acesso a créditos para empregar em um negócio próprio graças ao trabalho do Banco Gramee, criado por Yunus.
O prêmio Nobel declarou que seu objetivo agora é que 100% da população em extrema pobreza de Bangladesh tenha acesso a microcréditos para iniciar sua prosperidade econômica até 2010.
EFE