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Confrontos este ano mataram 3,7 mil no Afeganistão

Segundo o documento, mais de 3,7 mil pessoas morreram desde janeiro, sendo cerca de mil civis

O número de pessoas mortas no Afeganistão aumentou quatro vezes neste ano em relação ao ano passado, de acordo com um relatório do comitê de monitoramento composto pelo governo afegão, seus aliados estrangeiros, e a Organização das Nações Unidas (ONU). 

Segundo o documento, mais de 3,7 mil pessoas morreram desde janeiro, sendo cerca de mil civis.

Ataques "ligados ao terrorismo" – nos termos do texto – acontecem a uma freqüência de 600 por mês, o dobro da freqüência de março deste ano, sobretudo no sul e leste do país, revelam os números.

Os autores destacaram que a insegurança tem impedido obras vitais para o desenvolvimento do país, e obrigado escolas a fechar as portas.

Além disso, a corrupção drena os recursos nacionais, e a indiferença do povo afegão dificulta a luta contra a insurgência, sugere o relatório.

Violência

O correspondente da BBC em Cabul, Matt Prodger, disse que 2006 foi o ano mais violento no Afeganistão desde a invasão americana ao país, em 2001.

Mas, ele ressalvou, o número de mortos divulgado no relatório é apenas uma estimativa, em geral feita a partir de sobrevôos.

A maioria dos mortos parece ser de insurgentes, mas há também soldados afegãos, americanos e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

O relatório é divulgado no dia em que tropas da Otan e do Afeganistão encerraram uma operação na província de Paktika, a leste, na fronteira com o Paquistão.

Neste domingo, sexto dia da operação, as forças afegãs e da Otan mataram cerca de 60 rebeldes talebãs, disse à agência AP um porta-voz da aliança militar.

Os rebeldes morreram em trocas de tiro em Paktika, e em ataques aéreos e de artilharia a caminhões em que eles viajavam.

Delegação

Enquanto isso, uma delegação da ONU em visita ao país disse que os líderes afegãos têm diante de si um grande desafio, cinco anos após a queda do regime Talebã.

A luta contra a insurgência é um deles, mas também a produção de ópio, que alimenta a violência, disse em Cabul o chefe da delegação, o japonês Kenzo Oshima.

Ele reafirmou o apoio da comunidade internacional aos esforços de paz e reconstrução do país.

Nos próximos dias, a delegação deve visitar as províncias do sul do país.

BBC Brasil

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