O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reconheceu nesta quinta-feira (23) que priorizou a escolha de amigos e não de pessoas qualificadas durante a montagem de sua equipe no primeiro mandato. Falando para uma platéia composta por governadores aliados, Lula disse que a escolha dos integrantes representa 50% do sucesso de um governo.
"Nessa hora, não tem relação de amigo. Agora é chefe de estado. Em vez de vocês procurarem amigos, procurem por uma pessoa qualificada para o cargo que espera uma chance. Eu aprendi uma lição. Com a máquina pública mais eficiente e qualificada, mais fácil é para o governante governar", disse o presidente.
Na escolha da equipe que integraria o primeiro escalão do governo, Lula foi bastante criticado por ter nomeado petistas próximos e derrotados na eleição de 2002.
O presidente admitiu ainda ser mais fácil nomear do que demitir integrantes da administração. Os casos mais emblemáticos de ministros que deixaram o governo sob denúncias de irregularidades são os de Antonio Palocci e José Dirceu.
Ex-chefe da Casa Civil, Dirceu pediu demissão do cargo por ter sido envolvido nas denúncias do escândalo do mensalão o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) o acusou de ser o chefe do esquema do mensalão, o que Dirceu nega. Palocci também pediu demissão depois que investigações da Polícia Federal apontaram envolvimento dele na quebra ilegal do sigilo do caseiro Francenildo Santos Costa.
Governadores
Outro erro admitido por Lula foi não ter mantido o diálogo com os governadores depois de 2003. "No começo do governo, conseguimos fazer um acordo em cima das reformas da Previdência e tributária, mas depois da eleição municipal a coisa começou a desandar. Se vocês (os governadores) quiserem correr de mim, podem preparar as canelas porque, como estou fisicamente melhor que em 2002, vou correr atrás de vocês", disse.
No almoço oferecido a Lula, estiveram representados 18 Estados, dos quais 16 governadores e 2 vices, entre eles Blairo Maggi (Mato Grosso), André Puccinelli (Mato Grosso do Sul), Jaques Wagner (Bahia), Marcelo Déda (Sergipe), Binho Marques (Acre), Jackson Lago (Maranhão), Ana Júlia Carepa (Pará), Paulo Hartung (Espírito Santo), Wellington Dias (Piauí), Marcelo Miranda (Tocantins), Ivo Cassol (Rondônia), Sérgio Cabral (Rio de Janeiro), Wilma Faria (Rio Grande do Norte) e Eduardo Braga (Amazonas).