Em busca do bicampeonato mundial, a seleção brasileira de vôlei masculino entra em quadra na manhã deste domingo (8h30 de Brasília) como favorita e com a responsabilidade de superar a Polônia, zebra do Mundial. Invicta na competição, a Polônia não tem nada a perder na final e já tratou de jogar o favoritismo para o rival, ao afirmar que o Brasil está próximo de se tornar uma lenda da modalidade.
Os resultados recentes dão o respaldo para a afirmação polonesa. Desde que o técnico Bernardinho assumiu a equipe, a seleção disputou 20 torneios, ganhando 16 deles, incluindo o Mundial-2002, as Olimpíadas de Atenas-2004 e a Liga Mundial (2001, 2003, 2004, 2005 e 2006). O único evento que o Brasil não foi à final, ironicamente, foi os Jogos Pan-americanos de 2003, em Santo Domingo, quando obteve a medalha de bronze, após perder as semifinais para a Venezuela.
No Mundial do Japão, a equipe se recuperou muito bem do revés diante da França, na primeira fase, e superou potências do esporte (como Itália, Bulgária, Sérvia e Montenegro, EUA e Cuba) nos últimos anos para chegar à final. Já a Polônia pode ser considerado um franco atirador no duelo deste domingo.
O país não conseguia grandes resultados desde 1976, quando conquistou o ouro olímpico em Montreal. Dois anos antes, a Polônia fora campeã mundial. Nas duas vezes, a equipe bateu a União Soviética na final. Na época, o Brasil engatinhava na modalidade e sequer fazia frente aos seus rivais no continente. Somente nos anos 80, o país passou a incomodar as potências mundiais.
Mas, no Japão, os poloneses resgataram as glórias de antigamente e chegam à final com uma campanha invicta e assustadora. O time venceu dez jogos (China, Argentina, Egito, Porto Rico, Japão, Tunísia, Canadá, Rússia, Sérvia e Montenegro, e Bulgária) e só cedeu três sets em toda competição (dois para Rússia e um para Bulgária). Comandada pelo técnico argentino Raúl Lozano, a Polônia reencontra o rival que encarou na fase de preparação para o Mundial.
Em dois jogos-treinos de quatro sets cada realizados há três semanas, houve um empate (2 sets a 2) e uma vitória brasileira (3 sets a 1). Em partidas oficiais, o último confronto foi nas Olimpíadas de Atenas, quando o Brasil eliminou a Polônia em três sets (25/22, 27/25 e 25/18) nas quartas-de-final.
Apesar do bom retrospecto e da maior tradição recente, os brasileiros descartam facilidade na decisão. “Vai ser paulada. Temos que tentar baixar a adrenalina da semifinal e melhorar o saque, o bloqueio e a defesa”, analisa o ponta Giba, maior pontuador do Brasil no Mundial.
O técnico Bernardinho evita tratar o resultado polonês como uma surpresa. “É uma equipe alta, muito forte fisicamente. Eles misturam com jovens com alguns jogadores mais experientes. A ascensão dos poloneses é fruto de um trabalho a médio e longo prazo, que começou nas divisões de base”, explica o treinador.
E, na base, a Polônia levou a melhor sobre o Brasil em 2003, no Mundial de Juvenil realizado no Irã, quando os europeus venceram por 3 sets a 2. Daquela final, Samuel é o único brasileiro que estará em quadra, enquanto a Polônia tem o ponta Winiarski e o oposto Wlazly entre os seus titulares.
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