Depois de ter afirmado que o lançamento da candidatura do deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) à presidência da Câmara era "para valer" e não um nome "para passear na pista e cumprimentar a platéia", o presidente interino do PT, Marco Aurélio Garcia, indicou hoje que a candidatura pode ser rediscutida se não houver apoio da base ao nome do petista.
O comentário ocorre depois do governo perder para a oposição a disputa pela vaga de ministro do TCU (Tribunal de Contas da União). A derrota foi resultado, segundo avaliação de setores da base, da imposição do PT em lançar um candidato sem respaldo nos partidos.
"Nós queremos ter um único nome para a presidência da Câmara. Isso ficou claro desde o momento em que foi lançada a candidatura do Chinaglia. É um nome para valer, mas para ser discutido", disse Marco Aurélio.
O governador do Acre, Jorge Viana (PT), por sua vez, cobrou mais responsabilidade do PT na disputa pela presidência da Câmara. "Acho um grave problema [a divisão da base aliada]. Temos que exercitar a coalizão, um ponto chave para o segundo governo do presidente Lula. Se a gente não tiver um entendimento numa área que só político se mete, corremos o risco de perder de novo", disse, em referencia à eleição de Severino Cavalcanti (PP-PE), em 2005. O progressista impôs uma derrota ao governo que, na época, lançou dois candidatos na disputa: Luiz Eduardo Greenhalgh (SP) e Virgílio Guimarães (MG).
O presidente do PT rejeitou a tese de que ao lançar Chinaglia, o partido dificultou as negociações em torno de um único nome da base. "Toda essa idéia de que está havendo uma grave crise, de que o PT tinha complicado, melado a solução, não é verdade. O nome do Chinaglia é muito bom e está sendo submetido à coalizão. Acreditamos que ele pode ser presidente da Câmara, mas esta não é uma tese inamovível", disse.
Segundo Marco Aurélio essa é uma questão de fácil solução e que o partido "não deve ficar nervoso" por isso.
Folha Online