O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, disse na terça-feira a delegados de uma conferência internacional que questiona o Holocausto que os dias de Israel estão contados.
Ahmadinejad, que já provocou indignação mundial por se referir à morte de 6 milhões de judeus durante a Segunda Guerra Mundial como "mito" e por pedir que Israel seja "eliminado do mapa", fez mais um ataque verbal ao Estado judeu.
"Graças aos desejos dos povos e à vontade de Deus, a tendência pela existência do regime sionista está em baixa, e isso é o que Deus prometeu e o que todas as nações querem," afirmou.
"Assim como a União Soviética foi eliminada e hoje não existe, o regime sionista em breve será eliminado."
Suas palavras foram calorosamente aplaudidas pelos participantes do evento, entre os quais judeus ultra-ortodoxos contrários à existência de Israel e autores europeus e norte-americanos que argumentam que o Holocausto foi inventado ou exagerado.
O Vaticano, a Alemanha e a Comissão Européia se somaram na terça-feira às vozes —como as dos EUA e de Israel- que já haviam condenado a conferência de Teerã.
O Irã diz ter organizado o evento para discutir as razões por trás da formação do Estado de Israel após a Segunda Guerra Mundial e para permitir a livre expressão de pesquisadores de países onde é crime questionar o Holocausto.
"O Irã é seu lar, e é o lar de todos os que buscam a liberdade no mundo", disse Ahmadinejad, ressaltando a "atmosfera amistosa, fraterna e livre" do evento.
Ele pediu aos países que criminalizam a negação do Holocausto que não tomem medidas contra os participantes do evento quando eles retornarem a seus países.
Grupos de direitos humanos costumam se referir ao Irã como um dos piores violadores da liberdade de expressão no mundo, um lugar onde jornais são fechados, jornalistas são presos, o acesso à Internet é regulado e adversários do governo são perseguidos fora do país.
Na terça-feira, os participantes da conferência decidiram criar uma comissão de "busca de fatos" para estudar o Holocausto. Seu líder, o acadêmico iraniano Mohammad Ali Ramin, disse que seus membros "não são racistas nem se opõem a nenhum grupo em particular".
O acadêmico francês Robert Faurisson, que considera o Holocausto "uma mentira histórica", disse que a comissão inclui membros de Estados Unidos, França, Canadá, Suíça, Áustria, Irã, Barein e Síria, segundo a agência de notícias iraniana Isna.
A chanceler (primeira-ministra) alemã, Angela Merkel, disse que a conferência "demonstra o perigo da situação de Israel e em particular a ameaça sob a qual Israel vive".
Ela falou após reunião com o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, que fez sua primeira visita à Alemanha desde que assumiu o cargo.
A Alemanha fez do apoio a Israel uma prioridade desde o fim do Holocausto e da Segunda Guerra Mundial, em 1945.
O comissário (ministro) europeu Franco Frattini manifestou "choque e indignação", acrescentando que "o anti-semitismo não tem lugar na Europa, nem deveria ter em qualquer outra parte do mundo".
Reuters