A 19ª Mostra da Escola de Dança e Academia Espaço Cultural acontecerá desta quinta-feira (14) a sábado (16), sempre e pontualmente às 19h30, no Teatro Paulo Pontes. Para este ano, foi escolhido o tema “O imaginário popular”, cujo espetáculo reunirá mais de 160 alunos no palco, que apresentarão diversos estilos musicais.
Os alunos mostrarão toda sua arte, oriunda dos cursos de dança contemporânea, dança clássica, flamenco, dança de salão, dança do ventre e kung-fu. Nesta quinta-feira, a mostra iniciará com uma homenagem à teatróloga Lindaura Pedrosa, pelos seus 90 anos de idade e dedicação ao teatro infantil na Paraíba. O ingresso custará R$ 5,00 (preço único). Mais informações pelo fone 3211-6271.
Com roteiro, textos e direção de Zett Farias, que também assina cenografia e figurinos, “O imaginário popular” narra, em linguagem de cordel, a partir da releitura que faz sobre as narrativas fantásticas, o mundo mitológico, o maravilhoso dos contos populares. Aliás são sete lendas em destaque: A cigarra e a formiga; O patinho feio; Ulisses e Penépole; Lenda do kung-fu; A vitória-régia; Lenda do rio São Francisco e O encanto da sereia.
Segundo a produção, o espetáculo apresenta ainda uma temática que vem realçar mensagens significativas sobre o caminhar do homem, usando o estilo fabuloso, a forma de um povo explicar a vida e seus mistérios, seja no Brasil ou em qualquer outro lugar do mundo, o homem é o mesmo, e assim suas lendas, seus mitos: o imaginário popular.
O espetáculo contará com participação especial do bailarino Tom Gene. As coreografias são assinadas pelos professores da escola: Lílian Farias (também coordenadora do evento), Cristina Lima, Janaína Vieira, Ana Soares, Beatriz Betcher, Laís Luah, Marlisson e Isabella. Todos eles dançarão, além de Tereza Cristina, José Luciano e Alexandro.
Espetáculo Quadros antecede a mostra na sexta e sábado
Pouco antes de iniciar o “O imaginário popular”, na sexta e sábado, o público terá a oportunidade de conferir o espetáculo Quadros, que faz uma releitura em dança contemporânea de quadros de Pedro Américo. Com direção geral de Zett e Lílian Farias (esta também assina a coreografia), será apresentado pelo grupo de dança livre da Escola de Dança do Espaço Cultural.
Serão destacados três quadros de Pedro Américo. O primeiro é “o grito do Ipiranga”: de valor histórico, mostra a exaltação ao sentimento nacionalista, apresenta o grupo dominante como defensor dos interesses do povo brasileiro. A seguir, vem “a carioca”: a audácia retratando o cotidiano faceiro do Rio de Janeiro, na disfarçada alegoria mitológica de uma “ondina”, pintura considerada licenciosa na época.
Por fim, vem “Tiradentes esquartejado”, abordando tema patriótico e sentimento heróico. Paraibano da cidade de Areia, Pedro Américo foi um dos três principais pintores do Brasil Imperial, protegido por Pedro II, a quem deveu a rígida formação acadêmica européia em artes plásticas. Retratou figuras e fatos da corte imperial, temas históricos, cenas com abordagens filosóficas e questões religiosas. Sua arte era voltada para o mercado aristocrático.
Biografia de Lindaura Pedrosa – a homenageada da Mostra
Pernambucana da cidade de Escada, Lindaura Pedrosa tem 90 anos. Desde criança interessou-se pelas artes cênicas, escrevendo textos os quais encenava com as irmãs. Já adolescente, veio estudar no Colégio Nossa Senhora das Neves, em João Pessoa, integrando-se aos movimentos artísticos escolares.
Em 1952 freqüenta o Teatro do estudante da Paraíba, fazendo sua estréia no palco do Teatro Santa Roza, no papel título de Joaninha Buscapé, ao lado de Raimundo Nonato e outros grandes atores da época. Daí por diante o reconhecimento do seu talento na arte teatral a levou a integrar o elenco de várias peças, como A comédia do coração, Se o Guilherme fosse vivo, Isabel do Sertão e tantas outras montagens de sucesso. Encenou diversos clássicos do teatro adulto.
Dirigiu vários espetáculos destinado a fins filantrópicos. Também mostrou seu talento nas telas do cinema, em filmes como Menino de engenho, Fogo Morto e O salário da morte. Lindaura Pedrosa torna-se personalidade importante nas artes cênicas da Paraíba. Começou sua carreira como diretora de peças infantis. Por suas contribuições no campo cultural geradas pela grande sensibilidade artística, recebeu várias homenagens: Título de Cidadã Pessoense, Prêmio Especial do Teatro Santa Roza, Prêmio Especial do Teatro Ednaldo do Egypto e agora pela Escola de Dança Espaço Cultural da Paraíba.
Assessoria