BRASÍLIA, 14 de dezembro de 2006 – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse não saber o efeito do reajuste salarial de 90% dos parlamentares aprovado no Congresso Nacional. O responsável pela chave do cofre do governo brasileiro lembrou, no entanto, que os parlamentares precisam sinalizar de onde virão os recursos para o aumento do salário. Mantega aproveitou para alfinetar os parlamentares. "É claro que nós (do governo) temos de dar o exemplo", disse.Após cerimônia de sanção da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, Mantega disse que não sabe o efeito do reajuste salarial para R$ 24,5 mil. "Também não sei como eles vão se financiar. Eles têm de oferecer o crédito ou o espaço orçamentário para se financiar", disse. Ele explicou que, mesmo que seja apontada a fonte dos recursos, a verba destacada para o Legislativo não será ampliada. Assim, será preciso adequar as contas. "Esse aumento tem de ficar confinado aos limites de gastos estabelecido para o Legislativo", explicou.O ministro da Fazenda citou, ainda, que teria sido pego de surpresa pela medida. "Não tive tempo ainda para analisar o impacto, fui informado de surpresa. Achei que ia subir apenas pela inflação e aí eles estavam dizendo, inclusive, que iam abrir mão da verba de gabinete para poder financiar esse gasto e não ter impacto", disse.Mantega aproveitou para criticar discretamente a decisão dos parlamentares. "Particularmente, acho que temos de ter cuidado com aumento de gastos, principalmente com maiores salários, como esses. É claro que nos temos de dar o exemplo", disse. Em coro com o colega da Defesa, ele lembrou que seu salário é bem inferior ao aprovado no Congresso. "Tanto que nós, no Executivo, ganhamos salários bem diferenciados dos salários do Judiciário e do Legislativo. Agora, não vou entrar nesse mérito. É uma decisão soberana", disse.
Fonte: Terra